A Prefeitura de Londrina, através da Secretaria Municipal do Ambiente (Sema), aplicou multas a responsáveis por despejos irregulares de esgoto nos lagos Lago Igapó e Lago Cabrinha. Os valores e os motivos das autuações foram divulgados nesta quarta-feira (12).

A secretaria multou em R$ 4,8 milhões o condomínio Casa Batlló, localizado na Rua Caracas, na região sul, por despejo no Lago Igapó, e em R$ 2,2 milhões à empresa Construtora MRV que executou obras de um condomínio na região norte da cidade, que culminaram no despejo no Lago Cabrinha.

Conforme a Sema, a diferença no valor decorreu da gravidade dos danos ambientais. No caso do Lago Igapó, via laudo técnico da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), foram detectadas cianobactérias, além de alterações nos níveis de nitrogênio, fósforo e oxigênio dissolvido na água. No lago ao norte, não foram identificadas cianobactérias, o que resultou em penalidade menor.

Adicionalmente, foi assinado um auto de infração no valor de R$ 40 mil contra uma empresa que perfurou um poço artesiano dentro do condomínio da Rua Caracas. A empresa alegou contratação de caçamba para remoção dos resíduos, mas não apresentou volume compatível nem comprovou a destinação final adequada. Também não instalou barreira de contenção, o que fez parte do material seguir até o Lago Igapó. Amostras foram coletadas na margem do lago e na caçamba para eventual contestação.

Os autuados têm prazo de 20 dias para apresentar recurso ou indicar os nomes de outros responsáveis, conforme previsto em lei.

Ainda, a Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar) foi notificada devido a extravasões em pontos próximos ao Parque Arthur Thomas, na Zona Sul. A empresa deverá prestar esclarecimentos sobre possíveis causas: problemas na rede, refluxo, tubulação rompida ou até obstrução criminosa.

O secretário enfatizou que as fiscalizações seguem ativas e que outros casos já foram identificados e serão divulgados em breve. Ele frisou que há determinação do prefeito Tiago Amaral (PSD) para combater descarte irregular de esgoto e resíduos sólidos.

“Observamos uma quantidade enorme de lixo sendo jogada em fundos de vale, sendo que o caminhão da CMTU passa três vezes por semana nessas localidades”, disse o secretário da Sema, Gilmar Domingues.