‘Não tem por que ter esse trauma todo com a covid’, minimiza Bolsonaro

Em meio ao caos no Amazonas, presidente minimizou doença e disse 'lockdown mata muito mais'.

Foto: Marcelo Camargo/ Agência Brasil

Mesmo com o colapso na saúde vivenciado no Amazonas, onde pacientes morrem por falta de oxigênio, o presidente Jair Bolsonaro minimizou nesta sexta-feira (15) as mortes decorrentes do novo coronavírus e declarou que “não tem por que ter esse trauma toda apenas preocupado com a covid”. O argumento dele foi que medidas de isolamento social com o ‘lockdown’ causam trauma “muito mais morte” que a pandemia, por diversas razões. De acordo com os dados do consórcio de veículos de imprensa, o Brasil registra 208.291 óbitos causados pela covid-19, além de 8.394.253 casos confirmados da doença.

“Esse lockdown, esse isolamento causa muito mais morte, por depressão, por suicídio, por falta de emprego lá na frente do que a própria pandemia em si. Eu não tenho aqui os dados, o número de mortes por tipo de doença. A covid tá mais lá embaixo. Então não tem por que ter esse trauma toda apenas preocupado com a covid”, declarou o presidente, em entrevista a um programa de rádio, no início da noite.

Parentes de pacientes se reúnem para comprar oxigênio de empresa privada em Manaus – Foto: Bruno Kelly/Reuters
Homem aguarda em fila para recarregar botijão com oxigênio – Foto: Bruno Kelly/Reuters
Agravamento da pandemia na região fez crescer a demanda por oxigênio hospitalar – Foto: Bruno Kelly/Reuters

Bolsonaro ainda questionou o número de cirurgias não são feitas no país e estão sendo represadas por conta da pandemia e quantas pessoas estão morrendo de câncer, “os mais variados possíveis, porque não vão para o tratamento”.

As declarações foram feitas após de ele defender o retorno às aulas presenciais em todo país, justificando com o número baixo de mortes entre jovens.

Sobre a situação caótica de Manaus, Bolsonaro colocou a culpa nas altas temperaturas da cidade. “Semana passada a temperatura subiu em Manaus, e os problemas começaram a aparecer”, afirmou.

O presidente disse ainda que enviou o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, na última segunda-feira (11), para intervir na cidade e ele imediatamente começou tratamento precoce. Para ele, o governo está “fazendo o possível”.

Redação Tem



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