Descubra 10 curiosidades sobre o Carnaval

Foto: Reprodução

Uma das datas mais esperadas por quem curte cair na folia chegou. É claro que estamos falando do Carnaval, o evento que mexe com a rotina (e o coração) do brasileiro há muitas décadas.

E a festa vai muito além do samba, da farra ou das fantasias, influenciando a história do país e de diversas gerações desde o seu surgimento. Até mesmo quem está se preparando para entrar na faculdade ou prestar Enem no segundo semestre do ano para para aproveitar um pouco a diversão. 

Por isso separamos 10 curiosidades sobre o Carnaval brasileiro para que você saiba um pouco mais sobre sua história. Confira:

1. Como surgiu o Carnaval no Brasil

O Carnaval no Brasil teve origem no entrudo, que chegou ao país em 1641, no Rio de janeiro, junto aos portugueses. A festa acontecia nos três primeiros dias antes da quaresma e era dividido em dois tipos: popular e familiar. O entrudo popular era realizado nas ruas e havia o costume de se jogar água, ovos e farinha entre as pessoas. Já o familiar acontecia nas pernas e o costume era jogar “limão-de-cheiro” um nos outros. 

Há relatos históricos sobre a realização do entrudo em Pernambuco em meados do século XVI. No Rio de Janeiro, em meados do século XIX, a prática chegou a ser considerada crime e proibida nas ruas. Foi assim que surgiram os bailes em clubes e teatros.

primeiro baile de carnaval do Brasil aconteceu no Largo do Rocio, na cidade do Rio de Janeiro, em 1840. Ele foi organizado por uma atriz italiana que pretendia trazer ao Brasil algumas influências do carnaval veneziano.

2. Por que as pessoas usam fantasia?

O Carnaval brasileiro tem raízes europeias vindas da Roma antiga, onde havia a tradição de se festejar nas ruas em homenagem aos Deuses. 

Marcados por excessos desde sua origem, os foliões escapavam das punições usando disfarces. Na Itália do século XV, por exemplo, pessoas da nobreza usando máscaras escondiam a identidade para conseguir cair na gandaia nos bailes da corte.

O que começou com o uso de máscaras e perucas é hoje uma das principais atrações do Carnaval: as fantasias. É claro que, com o tempo, o intuito passou a ser usar roupas engraçadas e malucas chamativas também.

3. O que é a “quarta-feira de cinzas”?

A Quarta-feira de Cinzas marca o fim definitivo do Carnaval no Brasil e o início da Quaresma. Ela tem esse nome porque havia o costume de se marcar a testa dos fieis com as cinzas de uma fogueira em sinal de penitência que horror, gente.

4. Por que as escolas de samba têm a “ala das baianas”?  

Os desfiles das escolas de samba sempre trazem uma ala que homenageia as mulheres baianas, com seus vestidos brancos de saia longa e rodada. O costume relembra as senhoras que abrigavam os sambistas quando esses ainda eram marginalizados pela sociedade.

A ala precisa ter, pelo menos, 50 baianas nas escolas de São Paulo e 70 nas do Rio de Janeiro. Caso não cumpra o requisito, se perde 0,5 ponto na apuração carioca e 0,1 na paulista. 

5. Quando começaram os desfiles no sambódromo do Rio de Janeiro e São Paulo?

Todos os anos acontecem nas capitais de São Paulo e do Rio de Janeiro os desfiles das escolas de samba. Os eventos, que são televisionados, trazem ao Sambódromo da Marquês de Sapucaí (na cidade carioca) e ao Sambódromo do Anhembi (na paulista) as apresentações marcadas por carros-alegóricos, bateria – tudo de uma forma muito organizada. Mas você sabe quando esse costume começou?

No ano de 1932, o periódico “Mundo Sportivo”, do jornalista pernambucano Mário Filho (irmão de Nelson Rodrigues), decidiu organizar o primeiro desfile competitivo das escolas de samba, o qual foi vencido pela Estação Primeira de Mangueira.

Depois de muitos anos, no início dos anos 80, o então prefeito carioca, Leonel Brizola, encomendou ao arquiteto Oscar Niemeyer um projeto que aumentasse em cinco vezes a capacidade do público para assistir os desfiles. O lugar também teria que, que durante o ano, abrigar uma escola e tivesse um espaço para o Museu do Carnaval.

O local escolhido foi a própria Marquês de Sapucaí, ainda uma simples rua naquela época. Lá passou a ser usado exclusivamente para o desfile, ficando fechado para o tráfego. A nova estrutura foi inaugurada em 2 de março de 1984 e ficou conhecido popularmente como “Sambódromo”, embora seu nome oficial fosse “Passarela do Samba”.

Já em São Paulo, apenas em 1985 ocorreu a primeira intervenção da prefeitura no Carnaval da cidade, promovendo o primeiro desfile dos cordões existentes na época. Os cordões, por longo tempo, definiram a musicalidade da população operária paulistana, sendo neles que se desenvolvia o samba paulistano. Em 1914, por exemplo, foi criado o Cordão da Barra Funda, por Dionísio Barbosa, sendo esse o ancestral da escola Camisa Verde e Branco.

O Sambódromo do Anhembi surgiu em 1991 por meio da lei n° 10.831/90. Ela definiu a construção de um endereço oficial na cidade para que acontecessem os desfiles. Assim surgiu uma grande passarela de mais de quinhentos metros construída na Avenida Olavo Fontoura, na zona norte de São Paulo, a qual ficou popularmente conhecida como Sambódromo do Anhembi. Este local, de propriedade da Anhembi S/A, sedia os desfiles desde então, e nele também são realizados diversos eventos das mais variadas naturezas.

6. Qual foi a primeira marchinha de Carnaval?

A primeira música reconhecida como marcha de carnaval foi “Abre Alas”, composta pela pianista e regente Chiquinha Gonzaga, em 1889, para o cordão carnavalesco Rosa de Ouro.

7. Qual foi a primeira escola de samba?

A primeira escola de samba do Brasil foi a “Deixa Falar”, criada no bairro do Estácio, no Rio de Janeiro, em 1928, por Nilton Basto, Ismael Silva, Silvio Fernandes, Oswaldo Vasques, Edgar, Julinho, Aurélio, entre outros.

O termo “escola de samba” foi usado, pois na rua Estácio, onde aconteciam os ensaios, havia também uma escola normal destinada a estudantes. O local era vizinho da “Deixa Falar”. A escola, posteriormente, deu origem à Estácio de Sá, que conserva ainda hoje as cores vermelho e branco em suas bandeiras.

8. Como surgiram os blocos de rua?

Os blocos de rua brasileiros surgiram na segunda metade do século XIX e contavam com a participação de membros das elites urbanas. Neles desfilavam pessoas fantasiadas, carros decorados e bandas musicais. O primeiro bloco de carnaval do Brasil foi o “Congresso das Sumidades Carnavalescas“, fundado no Rio de Janeiro, em 1855. O mais curioso é que um dos seus fundadores foi o escritor José de Alencar.

9. Como surgiu o “Galo da Madrugada”, em Recife (PE)?

O Galo da Madrugada é um bloco carnavalesco que sai todo sábado de carnaval do bairro de São José, na região central da cidade do Recife, em Pernambuco. Desde 1995 ele é considerado pelo Guinness Book (o livro dos recordes) o maior bloco de carnaval do mundo.

O bloco nasceu em 1978 no bairro de São José com o nome de “Clube de Máscaras Galo da Madrugada”, tendo sido criado por um grupo comandado por Enéas Freire. A ideia era resgatar o caráter popular do carnaval de rua pernambucano e valorizar a cultura local, como o frevo, maracatu, ciranda, caboclinho e o manguebeat. 

10. Como surgiram os bonecos de Olinda?

A tradição de construir bonecos gigantes surgiu na Europa, provavelmente durante a Idade Média. Começou com as religiões pagãs, que traziam seus mitos como grandes figuras. O costume chegou ao Brasil junto com os portugueses em festividades religiosas na figura de santos católicos.

Em Olinda (PE), a brincadeira começou com a histórica do “Homem da Meia-Noite”, em 1931. A lenda é que todos os dias, exatamente à meia-noite, um homem muito bonito seguia a pé pela Rua do Bonsucesso. Depois de um certo tempo, as moças da rua descobriram a rotina dele e passaram a esperar pela sua chegada para admirá-lo. A fama, então, virou brincadeira de carnaval quando foi feito um boneco bem grande, todo elegante, de terno, gravata e chapéu, para passar à meia-noite.

Até hoje o boneco do homem é responsável por dar início ao carnaval de Olinda e fazer o mesmo percurso do Homem da Meia-Noite. Depois dele, surgiram a Mulher do Meio-Dia, o Menino da Tarde entre outros.

Hoje existem dezenas de bonecos representando diversas figuras. Eles sempre saem acompanhados por uma orquestra de metais e chegam a medir três metros e meio de altura e pesar, em média, 35 quilos. 



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