Dólar oscila nesta quinta-feira, após alcançar o valor máximo de R$ 4

Na última sessão, moeda atingiu o maior patamar de fechamento desde 1º de outubro, fechando a R$ 3,95.

O dólar opera com oscilações nesta quinta-feira (28), após ter chegado a alcançar R$ 4 no início da sessão. Os investidores continuam de olho nas tensões políticas entre Executivo e Legislativo, e nas negociações para a reforma da Previdência.

Às 14h42, a moeda norte-americana recuava 0,34%, vendida a R$ 3,9414. Logo na abertura da sessão, chegou a R$ 4,0156, cotação máxima do dia até o momento. Na mínima, caiu a R$ 3,9409.

O dólar fechou em forte alta na quarta-feira (27), subindo 2,27%, a R$ 3,9548. Foi o maior patamar de fechamento desde 1º de outubro, quando encerrou a sessão cotado a R$ 4,0174.

A tensão política que já se prolongava desde a semana passada se deteriorou de vez no fim da quarta-feira, depois que o presidente Jair Bolsonaro e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ) voltaram a trocar farpas publicamente.

Em entrevista à “TV Bandeirantes” no fim da tarde, Bolsonaro disse que Maia estaria “abalado por motivos pessoais”, em possível referência à prisão do ex-ministro Moreira Franco, padrasto de sua esposa, na semana passada.

Maia rebateu, afirmando que “abalados estão os brasileiros, que estão esperando desde 1º de janeiro que o governo comece a funcionar”, acrescentando que o presidente está “brincando de presidir o Brasil”.

“Estamos num cenário muito ruim de forma geral, o dólar chegando a R$ 4 indica que o mercado coloca em dúvida a possibilidade de uma reforma da Previdência dada essa crise política que foi instalada”, afirmou à Reuters a estrategista de câmbio do Banco Ourinvest, Fernanda Consorte.

“O que vemos desde o meio da semana passada, e o que ficou escancarado nesses últimos dias, é que falta de fato ao governo a articulação política”, ponderou a estrategista.

Na véspera, o mercado monitorou a participação do ministro da Economia, Paulo Guedes, em audiência da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado. Guedes afirmou que a “bola” da reforma da Previdência “está com o Congresso”.

Guedes disse que não tem apego ao cargo ao ser questionado se deixaria o posto caso a reforma da Previdência trouxesse uma economia menor do que a almejada.

A percepção geral ainda é de aprovação da Previdência, embora já seja aventada a possibilidade de que o texto só chegue ao fim da tramitação no ano que vem, destacou Fernanda à Reuters. “Acho que ainda assim a gente aprova a reforma, mas vai ser muito mais suada do que pensávamos que seria. Imaginava que teria volatilidade, mas de jeito algum da forma que está”.

O cenário externo também influencia nas negociações locais, com o dólar avançando cerca de 0,4% ante uma cesta de moedas, diante da maior aversão ao risco.

Cada vez mais bancos centrais estão se unindo ao Federal Reserve em adotar posturas “dovish” (de afrouxamento da política monetária), o que reforça preocupações sobre a saúde da economia global em geral.

Redação Tem com G1



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