Professores pedem manutenção do ensino de espanhol na grade curricular do Paraná

Proposta é oferecer ensino trilíngue em todo o estado, abrindo oportunidades para os jovens paranaenses

Foto: Reprodução/Agência UEL

Representantes da Associação de Professores de Espanhol do Estado do Paraná (APEE-PR) apresentaram ao secretário de Estado da Educação, Renato Feder, nessa terça-feira (17), durante reunião em Curitiba, um documento que solicita a obrigatoriedade da língua espanhola nas escolas de ensino fundamental e médio do Paraná. A reunião foi intermediada pelo deputado estadual Tiago Amaral, vice-líder do governo na Assembleia Legislativa (ALEP), atendendo pedido dos professores, e contou com professores das Universidades Estaduais, entre elas a UEL, que mantém um curso de graduação em Letras Espanhol.

Atualmente apenas 61 escolas do Estado ofertam o ensino do Espanhol no currículo, volume que representa menos de 3% do total.  As escolas receberam, no dia 19 de setembro, o Oficio Circular nº 108/2019, da Secretaria de Educação do Paraná, que orientava a substituição das aulas de Espanhol pelas de Inglês e abertura de turmas de CELEM para a oferta do idioma.

O CELEM (Centro de Línguas Estrangeiras Modernas) é um programa do Governo do Estado que oferta o ensino gratuito de idiomas nas escolas públicas do Estado. Entretanto, como afirma o documento produzido pela APEE-PR, “a oferta do CELEM ocorre no contraturno, inviabilizando o acesso da maioria dos alunos que, por diversas razões, não podem comparecer à escola em horário diferente do estabelecido para o ensino regular, a retirada do Espanhol da grade implica diretamente na perda de um direito”.

No documento os professores pedem a não retirada do ensino da Língua Espanhola das 61 escolas citadas, a manutenção do CELEM, e ainda propõem uma Proposta de Emenda à Constituição Estadual (PEC) para obrigatoriedade do ensino de Espanhol no currículo do ensino fundamental e médio em todas as escolas do Paraná.

“Com isso os alunos terão acesso à um ensino trilíngue, o que abre diversas portas para os jovens e para o nosso Estado. O Paraná faz fronteira com países de língua espanhola, não podemos privar os alunos desse aprendizado”, afirma Amábile Piacentine, docente do curso de letras espanhol da UNESPAR e representante da APEE-PR.

Outros estados do Brasil já garantem por lei a oferta obrigatória do Espanhol na grade curricular, como é o caso do Rio Grande do Sul, Paraíba e Rondônia, de acordo com o documento. Para conseguir incluir a disciplina nos horários normais, a solução apresentada pelos professores é a inclusão da 6º aula em dois dias da semana.

Durante a reunião, o Diretor Pedagógico da secretaria de educação do Paraná, Raph Gomes Alves, mostrou a impossibilidade de inclusão da 6ª aula por causa dos horários do transporte escolar. “Se a gente ofertar essa aula teremos um problema de participação dos alunos que dependem de transporte escolar e que não poderiam participar”. A inclusão, então, só seria possível nas escolas em que os alunos não dependem do transporte escolar.

A solução apresentada pelo secretário é a inclusão da matéria na grade curricular gradativamente a partir de 2021, ano em que a carga horária do Ensino Médio passará de 800 horas para 1000 horas.

Redação Tem com Agência UEL



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