Investigação aponta ligação entre grupo que tentou derrubar site do TSE e bolsonaristas

Ataque teria como objetivo desacreditar o sistema eleitoral brasileiro.

Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

Ataques como o que sofreu o site do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) na manhã do último domingo (15), durante o primeiro turno das eleições municipais no Brasil, custam apenas 1.000 dólares (cerca de 5.400 reais) em redes clandestinas de hackers. É um tipo de ataque de negação de serviços no qual redes de computadores zumbis, infectados por vírus e manipulados sem que seus donos saibam, tentam promover milhares de acessos simultâneos a um portal com o objetivo de retirá-lo do ar. Os dados foram levantados a pedido do EL PAÍS pela ONG SaferNet, que enxerga no ataque deste domingo a intenção de abastecer teorias conspiratórias.

No caso do site do TSE, o ataque foi de 30 gigabites por segundo durante uma hora. No período, era como se 436.000 computadores tentassem acessar a página a cada segundo. Ele foi repelido, e causou apenas uma lentidão nas informações acessadas no portal. Mas só a notícia de que o site estava sob risco já gerou um tsunami de teorias conspiratórias de que toda eleição poderia ser fraudada.

Uma apuração iniciada pela SaferNet, que tem parceria com o Ministério Público Federal no combate à desinformação, mostra que a tentativa de derrubar o site do TSE teve uma ação coordenada que tinha como objetivo final desacreditar as eleições. E, entre os divulgadores das informações falsas difundidas poucos minutos ao ataque, estavam dezenas de militantes bolsonaristas, alguns deles investigados nos inquéritos das fake news e dos atos antidemocráticos, que tramitam no Supremo Tribunal Federal.

O ataque não tinha o poder de interferir na apuração dos votos da eleição, apenas retiraria o site do ar. “Em caso de sucesso, os atacantes só trariam o inconveniente de a população ficar sem acesso ao serviço por um tempo. É uma operação cujo objetivo não era causar um dano material, mas psicológico. É você criar a suspeita, inocular na população o vírus da dúvida sobre a integridade, a lisura e a segurança do processo eleitoral 17, disse Tavares ao EL PAÍS.

O presidente do TSE, o ministro Luís Roberto Barroso, encaminhou o documento com os dados para a Polícia Federal que abriu uma apuração. O ministro suspeita que houve “uma motivação política na operação 17 e uma “orquestração para desacreditar o sistema e as instituições 17.

Redação Tem com El País Brasil


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