Moro é ligado a tucanos, Favreto ligado a petistas; esse é o fim do judiciário

Luciano Camargo para o 'Espaço Leitor'

Enquanto nós assistimos os últimos acontecimentos do caso Lula com muitas dúvidas de quem poderá vencer, uma coisa nós já podemos garantir: o povo brasileiro perdeu a batalha. Esse é o fim do judiciário brasileiro. O fim da justiça, da isonomia e dos “guardiões” da constituição.

O juiz Sérgio Moro, que é notoriamente ligado aos tucanos, tem uma história familiar ligada ao partido opositor de Lula. Seu pai, foi fundador do PSDB de Maringá, cidade onde nasceu o magistrado. Moro, que já foi flagrado várias vezes ao lado de peemedebistas e peessedebistas, em eventos da alta sociedade, não esconde seu apreço pelos adversários petistas e, claramente, não se preocupa com a falta de responsabilidade que suas ações possam causar. Até mesmo para quem o defende, oras, você é o juiz de ação contrária a alguém, e durante os finais de semana você janta e sorri ao lado dos adversários dele? Suas atitudes contra os petistas, inclusive, são duras. Com os adversários, bem mais leves. A mão que bate no PT, é a mesma que afaga os seus adversários. O que é uma pena. Moro, chegou a alegar ‘excesso de trabalho’ para não precisar julgar o ex-governador do Paraná, Beto Richa (PSDB) após perder o foro privilegiado e cair na Lava Jato. Moro teria que julgá-lo, mas transferiu a responsabilidade à outro.

Sérgio Moro cochichando aos risos com Aécio Neves durante evento; Rogério Favreto em foto com Lula

É uma pena, pois tais ações do magistrado demonstram que seu interesse não é zelar pela justiça e os valores éticos do judiciário e sim, atuar politicamente em casos polêmicos em favor de seus amigos mais próximos.

Na mesma linha, tivemos essa semana a atuação do juiz Rogério Favreto, do TRF4, no Rio Grande do Sul, que concedeu habeas corpus ao ex-presidente Lula, numa ‘queda de braço’ com outros desembargadores e o próprio juiz Sérgio Moro. Favreto, foi colocado pela grande mídia e as redes sociais como um ‘juiz ligado ao PT’, por aparecer em fotos com o ex-presidente e ter sido filiado no Partido dos Trabalhadores.

Apesar de sua decisão não ferir a constituição e ter embasamento legal, sua possível aproximação com dirigentes petistas, criaram um sentimento de falta de isonomia para o julgamento do caso, o mesmo, que encontramos com Sérgio Moro e os demais desembargadores do tribunal. Resumo da ópera? Será que ainda podemos esperar algo da justiça?

Sérgio Moro, o juiz inatingível, chegou a deixar as férias em Portugal para atuar no caso de Lula, uma vez que, juridicamente, nem era de sua competência, talvez, não porque estivesse preocupado com o mérito do caso, mas para proteger seus amigos, mantendo preso o maior de seus adversários. Seria isso? Não podemos afirmar, claro, mas no atual contexto, essa história é que mais se encaixa.

E seguimos assim com os “guardiões da constituição”. Assim como a história de Favreto, com Lula. Gilmar Mendes com Temer, Aécio. Alexandre Moraes, quem não se lembra? Ministro de Temer, filiado ao PSDB. Em qualquer outro país do mundo, nada disso seria admitido. Ou pior, a presidenta do STF, Carmen Lucia, que recebe o réu (Michel Temer) em sua residência para tratar (abertamente) de sua condenação do tribunal.

Vivemos tempos sombrios, de tribunais de exceção à juízes julgando seus amigos ou seus inimigos políticos. Eis que nos resta a simples pergunta: Quem poderá nos defender? E de pronto, respondemos: Ninguém.

Luciano Camargo, 31 anos
Formado em Direito pela Unopar



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