Despedida de Game Of Thrones marca o fim de uma era na TV

Série põe fim à época em que todos paravam para ver a mesma coisa

Sansa durante última temporada – Foto: Divulgação/GoT

Um dos grandes expoentes da chamada “Era de Ouro” da TV americana “Game of Thrones” estreou em 2011, quando Netflix e outros serviços de streaming ainda estavam em fase inicial. Com sua produção de alto nível e suas reviravoltas pouco comuns na TV, a adaptação das “Crônicas de Gelo e Fogo”, de George R.R. Martin, foi ganhando fãs na base do boca a boca e não só arrebatou milhões de espectadores na HBO como também se tornou a segunda série mais pirateada daquele ano – atrás apenas de “Dexter”, segundo o site Torrent Freak.

Daí em diante, a série veio em uma curva crescente, com a audiência aumentando significativamente a cada ano. A primeira temporada manteve, nos Estados Unidos, uma média de 2,2 milhões de espectadores por episódio. O penúltimo episódio da série, o recordista (até o momento), foi visto por quase nove vezes mais gente: foram 18,4 milhões de espectadores, tanto na TV como no streaming da HBO, segundo dados da consultoria Nielsen.

Nesse meio tempo, a pirataria também cresceu: segundo dados da consultoria MUSO, a estreia da oitava temporada da série foi pirateada cerca de 55 milhões de vezes no mundo todo. Não deixa de ser uma prova do sucesso da produção com o público – tanto que em 2013 o então CEO da Time Warner (dona da HBO), Jeff Bewkes, disse que o título de “série mais pirateada” do mundo era “melhor do que ter um Emmy”, referindo-se ao prêmio que é considerado o “Oscar da TV”.

(Aqui, um parêntesis: desde que ele deu aquela declaração, “Game of Thrones” se tornou, também, a série mais premiada da história do Emmy – e deve continuar quebrando seu próprio recorde neste ano).

Concorrência

Ao longo das oito temporadas de “Game of Thrones”, a HBO viu surgir uma nova concorrência na forma de plataformas de streaming como a Netflix e o Amazon Prime Video. Elas mudaram a forma como consumimos TV, popularizando e facilitando as chamadas maratonas ao lançar, de uma vez só, temporadas completas em seus serviços.

“Thrones”, porém, teve o luxo de passar incólume por isso – e é a única série que tem força suficiente para atrair os espectadores em um horário pré-determinado em uma época na qual qualquer um pode assistir as suas séries favoritas na hora que quiser.

A série de Weiss e Benioff, vale notar, se tornou inclusive referência para as plataformas. A Netflix até tentou (mas não conseguiu) ter uma “Game of Thrones” com a épica “Marco Polo”, uma extravagância que custou US$ 200 milhões, divididos em duas temporadas; agora, a Amazon se preparar para brigar pelo posto de sucessora com sua ambiciosa adaptação de “O Senhor dos Anéis”, que deve custar US$ 1 bilhão em cinco temporadas.

Mas quem quiser ocupar o vácuo deixado pela despedida da série, terá de enfrentar, primeiro, a própria HBO: a emissora já está trabalhando em uma série derivada que contará uma história situada milhares de anos antes, escrita pelo próprio George R. R. Martin.

Redação Tem com UOL



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