NASA muda o nome de sede para homenagear sua primeira engenheira negra

As contribuições de Mary W. Jackson receberam maior atenção após o lançamento do filme 'Estrelas Além do Tempo', que narra o trabalho das mulheres negras durante a corrida espacial.

Foto: Centro de Pesquisa Langley da NASA

A NASA anunciou nesta quarta-feira que vai rebatizar sua sede em Washington, DC, em homenagem à Mary W.Jackson, a primeira engenheira negra a integrar a equipe da agência espacial, cujo trabalho foi essencial para ajudar os astronautas dos EUA a viajarem ao espaço.

Jim Bridenstine, administrador da NASA, disse que a agência continuará a homenagear aqueles cujas histórias há muito são negligenciadas. “Hoje, orgulhosamente anunciamos o prédio sede da NASA Mary W. Jackson”, afirmou em comunicado. “Ele se encaixa apropriadamente no ‘Hidden Figures Way’, um lembrete de que Mary é uma entre os muitos profissionais incríveis e talentosos da história da NASA que contribuíram para o sucesso desta agência.”

Carolyn Lewis, filha de Jackson, disse que se sentiu honrada em ver a NASA continuar comemorando o legado de sua mãe. “Ela era uma cientista, humanitária, esposa, mãe e pioneira que abriu o caminho para que milhares de outras pessoas tivessem sucesso, não apenas na NASA, mas em todo o país”, afirmou Lewis, no comunicado.

Nascida em Hampton, Virgínia, Jackson se formou em matemática e ciências físicas em 1942 no Instituto Hampton, agora conhecido como Universidade de Hampton. Em 1951, começou a trabalhar no antecessor da NASA, o Comitê Consultivo Nacional para Aeronáutica, na então segregada Unidade de Computação da Área Oeste, que hoje integra o Centro de Pesquisa Langley.

Ela passou a trabalhar com o túnel de pressão supersônico 4×4 da NASA e se tornou a primeira engenheira negra da agência, em 1958. Ela completou treinamentos e cursos adicionais para seu novo cargo depois de peticionar a cidade de Hampton para permitir que ela estudasse com alunos brancos, cursando as aulas noturnas na Universidade de Virgínia em uma escola local.

Jackson se aposentou da NASA em 1985. Além de suas realizações profissionais, era conhecida por sua dedicação em elevar mulheres em campos científicos. Ela morreu em 2005.

Suas contribuições, juntamente com o trabalho das matemáticas da NASA Katherine Johnson e Dorothy Vaughan, foram destacadas no filme de 2016 “Estrelas Além do Tempo” (Hidden Figures, na versão original), inspirado em um livro com o mesmo nome, de Margot Lee Shetterly. O filme, no qual Jackson foi interpretada por Janelle Monáe, foi indicado a três Oscars.

Desde que as histórias das mulheres foram levadas a um público mais amplo, a NASA tomou medidas para garantir que seus nomes — e contribuições — permanecessem conhecidos.

No ano passado, a NASA renomeou sua Instalação Independente de Verificação e Validação em Fairmont, Virgínia, em homenagem a Johnson, apenas alguns dias antes de sua morte; em 2017, a agência também nomeou uma instalação de pesquisa com seu nome. Em junho de 2019, a NASA mudou o nome da rua em frente à sua sede para Hidden Figures Way.

“As instalações da NASA em todo o país têm o nome de pessoas que dedicaram suas vidas a empurrar as fronteiras da indústria aeroespacial”, disse Bridenstine. “A nação está começando a despertar para uma maior necessidade de honrar toda a diversidade de pessoas que ajudaram nossa grande nação a ser pioneira.”

Redação Tem com O Globo



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