Dezembro Vermelho: alguns mitos sobre a AIDS e o vírus do HIV

O número de casos de Aids diminuiu 5,1% no Brasil em dez anos. É o que mostra o Boletim Epidemiológico HIV/Aids lançado pelo Ministério da Saúde em 1º de dezembro, Dia Mundial de Luta contra a Aids. Este é o mês de enfrentamento da síndrome no Brasil

“Cada vez mais aumenta o número de pessoas com Aids no Brasil”
FALSO. De acordo com o mais recente Boletim Epidemiológico HIV/Aids do Ministério da Saúde, a taxa de detecção de Aids vem diminuindo no país. Em 2006, de cada 100 mil habitantes, 19,9 tinham a síndrome. Em 2016, eram 18,5 – uma queda de 5,1%.

Na análise por regiões, o Norte e o Nordeste vão no sentido contrário. De 2006 a 2016, essas regiões tiveram alta de 66,4% e 35,7%, respectivamente. No mesmo período, houve redução de 35,8% no Sudeste e de 19,3% no Sul.

Ainda vale destacar que o número de mortes por Aids teve leve queda no país. Em 2006, de 100 mil habitantes, 5,9 morreram por causa da síndrome de imunodeficiência adquirida. Em 2016, foram 5,2 óbitos, numa redução de 11,9%.

“Você só é infectado pelo vírus da AIDS se você transar”
FALSO. A Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (Aids) é uma doença causada pelo vírus HIV – embora nem todos os portadores do vírus desenvolvam a síndrome. Segundo o site da Fiocruz, o HIV ataca as células de defesa do corpo e deixa o organismo vulnerável a outras enfermidades. O vírus pode ser transmitido por  sangue, sêmen, secreção vaginal ou leite materno. Segundo o Ministério da Saúde, há cinco formas de contrair o HIV: em relação sexual sem proteção; na reutilização de seringas; de mãe para o filho – durante a gestação, parto ou amamentação; por transfusão de sangue e ao utilizar instrumentos cortantes não esterilizados.

“Aids você pega e passa. Não fica contigo”
A Aids ainda não tem cura e ainda não existe tratamento para anular completamente os efeitos da doença. Há, no entanto, medicamentos que podem auxiliar o portador a ter uma melhor qualidade de vida. Segundo o site da Fiocruz, os antirretrovirais, usados em combinações conhecidas como coquetéis, são chave para minimizar os efeitos da Aids. Contudo, a fundação alerta que o uso irregular do medicamento pode causar danos ao tratamento e mutações no HIV, ou seja, o desenvolvimento de formas mais resistentes do vírus, dificultando o tratamento.

O TcP consiste no uso de antirretrovirais para se chegar à carga indetectável do vírus HIV, o que melhora a qualidade de vida do paciente e diminui o risco de transmitir a doença. A PEP é a utilização de antirretroviral após uma situação em que haja risco de contaminação por HIV. A medicação deve ser tomada em até 72 horas e impede que o vírus se estabeleça no organismo. Por fim, a PrEP é o uso de medicamentos antes da exposição ao vírus, por indivíduos que estejam expostos a alto risco de infecção. Segundo a Unaids, esse tratamento tem eficácia de 90%, mas ainda não está disponível no Brasil.

“Somente gay transmite o vírus HIV”
FALSO. “Somente gay transmite o vírus HIV”Recortes-Posts_Boletim Epidemiológico HIV/Aids mostra que 48,9% dos homens que contraíram HIV entre 2007 e junho de 2017 foram contaminados em uma relação homossexual. Os outros 51,1% estão espalhados entre contaminações em relações heterossexuais (37,6%) e bissexuais (9,6%). Os que contraíram a síndrome pelo uso de drogas injetáveis representam 2,9%, e as transmissões verticais, de mãe para filho, 1%.

Na análise dos casos registrados entre o público feminino, não há essa mesma divisão. Sendo assim, 96,8% das mulheres contaminadas contraíram a doença em relação sexual, sendo a heterossexual a única opção analisada. Os outros casos são identificados como contaminação por uso de drogas injetáveis (1,7%), transfusão de sangue (0,1%) e transmissão de mãe para filho (1,4%).



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