- Jornalismo
- 12 de março de 2020
Bolsa cai mais de 15% e aciona circuit breaker pela 2ª vez no dia
Nova crise mundial já é realidade entre os investidores.

A Bolsa de Valores do Estado de São Paulo entrou em seu segundo circuit breaker na manhã desta quinta-feira (12). Às 11h14, o Ibovespa chegou aos 72.026,68 pontos, com uma baixa de 15,43% no valor das ações.
A paralisação das operações ocorre sempre que as negóciações caem exageradamente. Às 10h21, o índice Ibovespa caía 11,65%, com 75.247 pontos, o que fez a B3, administradora da bolsa, suspender as operações por 30 minutos.
Após o retorno, a queda foi maior ainda, ultrapassando o marco dos 15%. Se no retorno das operações, após uma hora, desvalorização no pregão ultrapassar os 20%, B3 pode determinar o cancelamento das negociações por tempo indeterminado.
A queda nas ações ocorre por causa do temor mundial com o novo coronavírus, que fez quarta-feira o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, suspender os voos da Europa para o país, e a liga de basquete norte-americana (NBA), interromper seus jogos.
Aconteceu de novo: em meio à onda de pânico que toma conta dos investidores, o Ibovespa abriu em forte queda e, em questão de minutos, bateu os 10% de baixa, acionando novamente o circuit breaker – mecanismo que interrompe as negociações por 30 minutos.
Às 10h20, o principal índice da bolsa chegou aos 75.247,25 pontos, recuando 11,65% em relação ao fechamento de ontem. É a terceira vez apenas nesta semana que o ‘botão de pânico’ da bolsa foi pressionado — algo que não era visto desde 2008.
Na ocasião, foram três acionamentos do circuit breaker na semana de 6 de outubro, em meio à crise financeira e à quebra do Lehmann Brothers: duas vezes no pregão do dia 6 e mais uma no dia 10.
Há dois focos de enorme pressão aos mercados brasileiros nesta quinta-feira: lá fora, o presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou a suspensão das viagens entre o país e a Europa, de modo a tentar conter o avanço do coronavírus – uma medida que gerou ainda mais preocupação e deu força à leitura de que o surto da doença causará fortes impactos à economia mundial.
Por aqui, o mercado mostra-se bastante tenso com os atritos entre governo e Congresso: ontem, foi derrubado o veto imposto pelo presidente Jair Bolsonaro à elevação do BPC, criando um gasto adicional da ordem de R$ 20 bilhões por ano ao orçamento do país – e, consequentemente, criando fortes dúvidas quanto ao ajuste fiscal do país.
No câmbio, a situação é igualmente tensa: o dólar à vista abriu em forte alta e chegou a bater os R$ 5,0280 no pico do estresse (+6,47%). O Banco Central, contudo, atuou de maneira rápida, promovendo leilões no segmento à vista, o que diminui parte da pressão. Agora, a moeda americana avança “apenas” 4,33%, a R$ 4,9270.
Entre as curvas de juros, o tom também é de forte aversão ao risco, com um movimento amplo de abertura das curvas mais curtas. Os DIs com vencimento em janeiro de 2021 saltam de 4,21% para 5,00%.
Redação Tem com R7