‘Vão morrer alguns, sim, mas criar esse clima todo prejudica a economia’, diz Bolsonaro
"Não pode o prefeito ou o governador dizer que não vai ter culto, missa", disse.
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido)voltou a minimizar uma das principais medidas de contenção do coronavírus: evitar aglomerações. Em entrevista concedida ao Programa do Ratinho, no SBT, na noite desta sexta-feira (20), o mandatário criticou governadores que estão suspendendo cultos e missas como forma de combate ao avanço do vírus.
“Vejo no Brasil, para dar satisfação para eleitorado, governadores e até prefeitos que tomam providências absurdas, fechando shoppings e até igrejas, o último refúgio das pessoas. O pastor, o padre tem consciência das pessoas. Não pode o prefeito ou o governador dizer que não vai mais ter culto, missa”, disse o presidente.
Bolsonaro estava fazendo uma referência indireta a um de seus maiores rivais políticos, João Doria, governador de São Paulo, que anunciou o fechamento de igrejas e templos religiosos pelos próximos 60 dias na quinta (19).
Acontece que mesmo aliados do mandatário, como o governador de Goiás, Ronaldo Caiado, também tem se valido desta mesma providência para tentar barrar a disseminação do vírus. Além de Goiás, pelo menos em algumas cidades do Espírito Santo e no Distrito Federal também há determinação neste sentido.
Tem sido uma constante do presidente a minimização do alcance do coronavírus, que já havia atingido quase mil pessoas no País e matado 11 até a noite desta sexta. Palavra comumente usada por ele para tratar de coronavírus, “histeria” foi utilizada três vezes nos 49 minutos em que ele conversou com o apresentador Ratinho.
Bolsonaro tem defendido que limitar a circulação de pessoas e fechar locais vai atingir em cheio a economia e as pessoas que vivem na informalidade. Diz que, enquanto chefe de estado, tem obrigação de passar um tom de tranquilidade e evitar o pânico.
“Vão morrer alguns com o vírus. Sim, vai acontecer. Lamento. Agora, não podemos criar esse clima todo que está ai. Prejudica a economia, a pessoa que vive na informalidade. (…) Vamos passar por isso. Você vai se molhar. Mas se entrar em parafuso, você vai morrer afogado debaixo da chuva”, afirmou.
Assista a entrevista:
Redação Tem com HuffPost