Fecha o comércio, mas ruas e mercados ficam lotados? Prefeito, é hora de mais rigor

Editorial: muitos dos que poderiam estar em casa, descumprem o isolamento, levando perigo aos que não podem.

Foto: Reprodução

O município de Londrina, assim como praticamente todos os outros da região metropolitana está vivendo sob um decreto de isolamento social. Isso não acontece por capricho, mas sim para conter a maior crise sanitária da história recente. Assim como Londrina, o Paraná e o Brasil, o mundo inteiro está em confinamento freando um vírus invisível e letal.

O prefeito de Londrina, Marcelo Belinati (PP) em uma atitude extremamente assertiva, decretou há mais de 15 dias o fechamento do comércio, escolas, além das recomendações contra aglomerações, e por último, bloqueio de parques, praças, lagos e obras. O isolamento está se mostrando eficaz, afinal, se não fosse por ele, comprovadamente, já estaríamos vivenciando um caos, porém, é preciso mais. Muitos londrinenses ainda não entenderam a gravidade do momento, seja por falta de entendimento ou por más influências — advindas de políticos descomprometidos com a vida humana –, o fato é que ainda é possível encontrar pessoas circulando e agindo como se estivesse tudo normal, e falamos daqueles que podem ficar em casa.

De fato, é bem ruim ter a nossa liberdade de “ir e vir” totalmente restringida, contudo, no momento em que vivemos uma crise de saúde pública histórica, essa é a única arma que temos, até agora, para lutar contra este inimigo em comum.

Locais públicos foram bloqueados – Foto: Reprodução

Essas pessoas se tornam diariamente uma ameaça em potencial àqueles que não podem estar em casa. Profissionais da saúde, policiais, funcionários de mercados, motoristas, entregadores, todos estes, trabalhadores que atuam em áreas essenciais ou então tentam ‘levantar um dinheiro’, já que o Governo Federal falha e ainda não cumpriu com sua mínima obrigação (já fazem oito dias que o Senado aprovou o auxílio emergencial de R$ 600 a R$ 1.200, mas até agora o governo não pagou). Estes cidadãos estão correndo perigo!

Todos os dias a nossa equipe de reportagens recebe inúmeras denúncias de mercados superlotados, bares funcionando, estabelecimentos obrigando funcionários a trabalharem clandestinamente, sem contar, postos de combustíveis virando pontos de encontros, festinhas escondidas, praças cheias, etc. Dê uma volta por alguns bairros da cidade: nem parece que estamos em meio à pandemia.

Basta ir em alguns mercados, por exemplo, que verá trabalhadores desesperados. Em muitos, não há sequer controle algum! E não adianta esperar os empresários do ramo tomarem providências, isso precisa partir do poder público. Em alguns estabelecimentos, além da grande circulação de pessoas e aglomerações, já que o fluxo também aumentou, os trabalhadores estão atuando sem as devidas precauções como equipamentos de segurança. Precisamos de normas e regras de utilização destes espaços, para segurança dos trabalhadores.

Vidas de trabalhadores essenciais em risco em Londrina – Foto: N.com

A conta também sobra para alguns micro e médio empresários que não podem abrir as empresas, mas assistem as aglomerações que ocorrem de outras formas. Ainda, com a autorização do trabalho via delivery e drive thru, uma parte do empresariado local está convocando os trabalhadores de volta ao serviço. E assim, fica a pergunta: já existe um plano para o novo fluxo de trabalhadores no transporte coletivo? Qual é? Hoje, segunda-feira (06) é possível ver que o fluxo de pessoas aumentou, e muito!

Se faz urgente a implementação de um rigoroso toque de recolher com fortes restrições aos serviços essenciais, doa a quem doer. Um isolamento geral, sem exceções, com o retorno ao trabalho de forma gradativa, após algumas semanas. Especialistas já garantem que enquanto não houver vacina, o mundo não voltará a ser como antes e isso poderá levar um ano, ou dois, sem saber exatamente quanto tempo. Isso precisa ser explicado à população, quais são as alternativas para o futuro próximo?

Prefeito, você acertou em tudo que fez até o momento e tem agido com serenidade e responsabilidade, aliás, postura que engrandeceu o seu trabalho, no entanto, precisamos ir além, é preciso mais rigor. Se o poder público não tiver coragem de fazer um isolamento mais rigoroso e obrigar, por decreto, as pessoas a ficarem em casa, liberando apenas trabalhos essenciais, tudo isso que foi realizado até agora, todos estes esforços serão perdidos.

Apoiamos que é necessário fechar o comércio, escolas, reuniões, igrejas, mas também há necessidade de criar restrições urgentes aos serviços essenciais como lotéricas, bancos, mercados, padarias, farmácias, transporte, entregas, etc. As forças de segurança precisam enviar o cidadão e a cidadã para casa e impor um rigoroso toque de recolher. Infelizmente, não há outra saída, pois pessoas correm risco de vida.

Redação Tem