- Jornalismo
- 24 de julho de 2020
Isolamento social salvou 118 mil vidas no Brasil, diz estudo
A cada 1% de aumento no isolamento social houve uma redução na taxa de crescimento do vírus de até 37%.

Um estudo realizado por professores da área de estatísticas econômicas da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) aponta que até 118 mil vidas podem ter sido poupadas no Brasil por causa de medidas de isolamento social em maio para evitar a disseminação do novo coronavírus.
De acordo com o professor Caio Chain, a equação estudou a transmissão do coronavírus e levou em conta dados de isolamento social a partir de monitoramento por GPS de celulares e como eles interferiram na disseminação da doença pelo Brasil.
“Assim, conseguimos ver como teria sido a pandemia sem isolamento social, obtendo um número projetado de casos e, aplicando a taxa de letalidade do modelo epidemiológico da covid-19 Brasil, chegamos a algumas estimativas de mortes que foram evitadas”, explicou.
A estimativa aponta que a cada 1% de aumento no isolamento social houve uma redução na taxa de crescimento do vírus de até 37%.
Levando isso em conta, maio apresentou um índice de 44% de isolamento, com 29.367 mortes registradas em razão da covid-19. Dentro da equação montada, uma porcentagem de 25% de isolamento, como foi em fevereiro e retrata a média normal no Brasil, resultaria em 147.447 mortes, o que geraria uma diferença aproximada de 118 mil ao número oficial no mês.
O estudo ainda diz que, em comparação a levantamentos parecidos realizados em outros países, o isolamento no Brasil foi pouco eficiente, pois na maioria das cidades não foi realizado da maneira adequada.
“O número de óbitos no Brasil em um mês, no cenário provável, seria 5 vezes maior sem as medidas restritivas, o que indica um isolamento pouco eficiente. As estimativas, publicadas na revista científica Nature, verificaram que o número de mortes na Europa (11 países analisados) seria de 3,2 milhões de pessoas em vez de 129 mil, 25 vezes mais, se não fosse o conjunto de medidas de isolamento (“não farmacológicas”) adotado pelas autoridades entre março e abril, início da pandemia do coronavírus”, diz o texto.
Agora, no acumulado desde o início da pandemia, o país tem 84.207 vítimas fatais da covid-19. O total de infectados em todo o Brasil chegou a 2.289.951.
Redação Tem com Folhapress