- Jornalismo
- 7 de agosto de 2020
Hospital do Paraná começa testar vacina chinesa contra covid-19

O Hospital de Clínicas do Paraná (HC), de Curitiba, inicia nesta sexta-feira (07) os testes com a vacina chinesa CoronaVac, da farmacêutica Sinovac, desenvolvida em parceria com o Instituto Butantan.
A vacina será testada em 852 voluntários, todos trabalhadores da linha de frente do combate, selecionados nos últimos dez dias. A vacina é aplicada em duas doses, com intervalo de 14 dias. Caso seja comprovado o sucesso da vacina, ela começará a ser produzida pelo Instituto Butantan. Os testes com a CoronaVac no Brasil serão realizados em nove mil voluntários.
Metade dos voluntários receberá a vacina e e outra metade, placebo. Serão duas doses, sendo a segunda 14 dias após a primeira. “Os pacientes não saberão durante a avaliação se receberam a vacina ou o placebo. Durante os seis meses, serão chamados para consultas e a cada dois meses farão testes para verificar se criaram anticorpos. Nosso trabalho é fazer o acompanhamento da segurança da vacina, se apresentou febre, reação, se teve sintomas respiratórios e comparar os grupos que receberam placebo e a vacina. Neste período, os participantes poderão procurar nossa equipe quando precisar”, explicou a coordenadora do estudo no HC. Participam da equipe do HC neste estudo, médicos, enfermeiros e estudantes.

A parceria internacional entre Brasil e China também prevê a troca de conhecimento e tecnologia para a produção em larga escala por meio do Instituto Butantan e Sinovac, empresa chinesa responsável pela pesquisa internacional. O HC foi incluído pelo Instituto Butantan no estudo porque as duas instituições já eram parceiras em outras pesquisas. Nas duas primeiras fases, o laboratório chinês testou a vacina em aproximadamente mil voluntários do país de origem. Aplicado em animais, o produto se mostrou muito promissor.
As vacinas serão aplicadas em profissionais da saúde na Universidade de Brasília (UnB); Hospital das Clínicas na Unicamp, em Campinas (SP); na Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto (SP); Hospital São Lucas, da PUC do Rio Grande do Sul, em Porto Alegre; Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP (HCFMUSP); Instituto de Infectologia Emílio Ribas na Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (FMRP-USP); Universidade Municipal de São Caetano do Sul; e no Centro de Pesquisa e Desenvolvimento de Fármacos da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais).
Ao todo, 12 núcleos científicos foram selecionados para a realização da terceira e última fase de ensaios clínicos do imunizante. O cronograma para início da aplicação das vacinas nos dois últimos centros – o Hospital Israelita Albert Einstein, na capital paulista, e o Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas, no Rio de Janeiro – deverão ser anunciados em breve.
A vacina
A CoronaVac é uma das vacinas contra o novo coronavírus (covid-19) em fase mais adiantada de testes. Ela já está na terceira etapa, chamada clínica, de testagem em humanos. O laboratório chinês já realizou testes do produto em cerca de mil voluntários na China, nas fases 1 e 2. Antes, o modelo experimental aplicado em macacos apresentou resultados expressivos em termos de resposta imune contra as proteínas do vírus.
A vacina é inativada, ou seja, contém apenas fragmentos do vírus inativos. Com a aplicação da dose, o sistema imunológico passaria a produzir anticorpos contra o agente causador da covid-19. No teste, metade das pessoas receberão a vacina e metade receberá placebo, substância inócua. Os voluntários não saberão que vacina receberão.
Parceria com o Paraná

O Governo do Paraná também formalizou uma parceria de cooperação técnica e científica com o laboratório Sinopharm, empresa estatal chinesa, que permitirá a testagem e a produção de vacina contra a covid-19 no Estado, por meio do Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar).
Ratinho Junior explicou que agora um grupo de trabalho será formado entre as partes para discutir detalhes técnicos da parceria, como a elaboração do termo científico regulatório e protocolo de validação por parte da Secretaria de Estado da Saúde.
Redação Tem com Agência Brasil