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Vacina russa: paranaenses podem ser vacinados no início de 2021

Testes da fase três devem começar dentro de 45 dias com 10 mil voluntários no estado.

Vacina tem resposta imunológica, diz um estudo divulgado nesta sexta-feira – Foto: Reprodução

Em coletiva de imprensa na manhã desta sexta-feira (04), o diretor-presidente do Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar), Jorge Callado, falou sobre as fases de desenvolvimento da vacina russa no estado. Neste momento, o Instituto está se preparando para realizar os testes da fase três. Até o final de setembro, o pedido de autorização para essa fase deve ser encaminhado à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Após a liberação, a previsão é de que dentro de 45 dias os testes comecem com 10 mil voluntários paranaenses.

“Devem participar dos testes profissionais de saúde, principalmente dos hospitais universitários do Paraná e também alguns grupos de risco, mas isso ainda não está definido”, explica Callado. A vacina será aplicada em duas doses, sendo que a segunda aplicação deve ocorrer 21 depois da primeira. A partir da aplicação da vacina nos voluntários, os primeiros resultados poderão ser avaliados entre 45 e 60 dias. “Se o teste apresentar bons resultados e obtivermos o registro da vacina na Anvisa, a população pode começar a ser vacinada no início de 2021”, afirmou o diretor-presidente.

Presidente do Tecpar, Jorge Callado, afirma que testes começam em 45 dias – Foto: Reprodução

Ao TEM, Jorge Callado informou que ainda não é possível saber como se dará a distribuição do material, especialmente na região norte do estado. Segundo ele, a logística deve ser desempenhada junto ao Ministério da Saúde: “Ainda não é possível prever, tendo em vista que no momento as equipes técnicas estão focadas na elaboração do protocolo de estudos clínicos. As vacinas estarão à disposição do Ministério da Saúde, que definirá a política de distribuição”.

Até o momento, o desenvolvimento da vacina não teria gerado custos para o governo do estado por ter sido desenvolvida uma parceria.

Vacina tem eficácia, diz estudo

A vacina russa, batizada de Sputnik V, produziu uma resposta de criação de anticorpos em todos os participantes dos testes de estágio inicial, de acordo com resultados publicados nesta sexta-feira (04) pela revista especializada The Lancet.

Os resultados dos dois testes, conduzidos nos meses de junho e julho deste ano e que envolveram 76 participantes, apontaram que todos os voluntários desenvolveram anticorpos para o novo coronavírus e nenhum efeito colateral grave, segundo o estudo.

Expectativa é que vacina esteja a disposição no início do ano de 2021, no PR – Foto: Reprodução

A Rússia havia licenciado a vacina para uso doméstico em agosto – o primeiro país a fazê-lo e antes que quaisquer dados fossem publicados e sem a conclusão de todas as fases de estudo, que inclui um teste em grande escala.

“Os dois testes de 42 dias – com 38 adultos saudáveis – não encontraram nenhum efeito adverso sério entre os participantes e confirmaram que a vacina provocou nos candidatos uma resposta de anticorpos”, afirma o estudo. “Ensaios grandes e de longo prazo, incluindo uma comparação com placebo, e monitoramento adicional são necessários para estabelecer a segurança e eficácia em longo prazo da imunização.”

A vacina recebeu o nome de Sputnik V em homenagem ao primeiro satélite do mundo, lançado pela União Soviética em outubro de 1957. Especialistas ocidentais alertaram contra seu uso até que tenham sido tomadas as medidas regulatórias e o produto tenha passado pelos testes aprovados internacionalmente.

Mas como o resultado publicado pela prestigiada The Lancet, e com o início nesta semana de uma nova e duradoura fase de testes que visa contar 40 mil participantes, Moscou aproveitou para cutucar os críticos.

“Com esta publicação, respondemos a todas as perguntas do Ocidente que foram feitas diligentemente nas últimas três semanas, francamente com o objetivo claro de manchar a vacina russa”, disse Kirill Dmitrev, chefe do Fundo de Investimento Direto Russo (Rdif), o fundo soberano da Rússia, que apoiou a produção da vacina.

A vacina deve ser a primeira do mundo com aprovação para inibir a ação do coronavírus.

Redação Tem


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