Caso Spitzner: Juiz encerra sessão após defesa de réu abandonar julgamento
O julgamento de Luis Felipe Manvailer, acusado de matar a advogada Tatiane Spitzner, foi suspenso após a defesa do réu abandonar a sessão, por volta de 12h40 desta quarta-feira (10), no Fórum de Guarapuava, no Paraná. O juiz aplicou multa de seis salários mínimos aos advogados da defesa e afirmou que a ação é “uma afronta ao processo, ao réu e à Justiça”.
Uma nova data para o julgamento será marcada. Com a decisão, serão sorteados novos membros para compor o júri popular. A sessão de hoje foi interrompida por volta de 12h30 após a defesa se retirar durante o depoimento da primeira testemunha de acusação.
Segundo o G1, os advogados do réu afirmam ter “o trabalho cerceado” uma vez que o juiz não autorizou o uso de um vídeo da portaria do prédio onde aconteceu o crime como prova. O juiz afirmou que o material não consta nos autos iniciais e negou o pedido. A defesa alega que gravação faz parte dos autos.
O advogado da família de Tatiane Spitzner, Gustavo Scandelari, afirmou que o ocorrido foi “uma postura lamentável da defesa porque gera prejuízo aos cofres públicos com toda a movimentação dos servidores, dos jurados, testemunhas e de todos os envolvidos”.
Preso a dois anos e seis meses, Manvailer chegou ao fórum em um carro do Departamento Penitenciário do Paraná por volta das 8h30. Essa é a terceira vez que o julgamento é adiado. Inicialmente marcado para 3 e 4 de dezembro, o julgamento foi adiado para 25 de janeiro, após um advogado de defesa do réu ser diagnosticado com Covid-19. A segunda remarcação ocorreu após pedido da defesa do réu por incompatibilidade de datas.
Relembre o caso
Tatiane foi encontrada morta no dia 22 de julho de 2018, após cair da sacada de seu apartamento na cidade de Guarapuava (PR). Vizinhos testemunharam a queda e ligaram para a polícia. Porém, ao chegar ao local, a polícia não encontrou o corpo de Tatiane na frente do prédio. Os policiais seguiram um rastro de sangue e encontraram o corpo de Tatiane em seu apartamento, no quarto andar.
Vídeos de câmeras de segurança obtidos pela polícia mostram uma violenta discussão entre o casal na noite do crime. Nos vídeos, Luiz dá tapas em Tatiane e a arrasta até o apartamento do casal.
Em interrogatório, em março de 2019, Luiz Felipe não respondeu sobre a noite do crime, mas negou que tenha matado a namorada.
Ainda segundo denúncia do MP, Luiz usava apelidos como “bosta albina” para se referir a Tatiane.
De acordo com os promotores, Luiz “praticou todas as formas de violência familiar e doméstica contra Tatiane Spitzner”. O MP ainda detalha que Luiz usava de violência psicológica ao obrigar a mulher a fazer todos os serviços domésticos e não permitir a contratação de uma diarista.
Redação Tem com IstoÉ