Londrina: até quando a prefeitura vai esperar o povo ter consciência?
Editorial: as autoridades municipais precisam entender que não há, neste momento, conscientização coletiva.

A Prefeitura de Londrina não pode mais esperar. Cada dia que passa, em média, nove londrinenses perdem a vida para o coronavírus na cidade. Não dá mais para esperar a população criar consciência, até porque, por mais poético que seja, isso não vai acontecer. Basta o prefeito Marcelo Belinati (PP) fazer uma rápida leitura de parte dos comentários publicados em suas redes sociais e perceberá que, infelizmente, não há qualquer possibilidade da maioria da população brasileira — e londrinense —, no atual cenário político nacional, se conscientizar sobre a importância de respeitar as medidas de prevenção ao coronavírus, sem que isso ocorra de maneira obrigatória.
É ruim? Sim. Triste? Óbvio. Causa desesperança? Muita. Entretanto, não há outra forma. Por mais que a administração municipal tenha se empenhado na condução da pandemia, vale ressaltar que além da crise sanitária, não vivemos momentos de lucidez.
A administração tem feito o combate ao coronavírus e, ao mesmo tempo, tenta conter a disseminação das fake news espalhadas com mais rapidez que o próprio vírus, sobretudo, por aliados do presidente da república, Jair Bolsonaro (sem partido), que, infelizmente, enganam cidadãos bem intencionados. Deste modo, lutar por conscientização no atual cenário é uma luta desproporcional. Impossível de vencer. Por mais que as autoridades municipais estejam realmente dispostas a enfrentar o time dos mentirosos e dos negacionistas que atrapalham a condução da pandemia, que destroem a honrosa atuação dos profissionais de saúde e matam os londrinenses, essa é, momentaneamente, uma batalha perdida.
Desde o início da pandemia, há um ano, o governo federal, além de sabotar medidas preventivas e não efetuar a compra de vacinas quando estavam sendo comercializadas em massa, também deixou de organizar um programa efetivo e sério para garantir renda básica ou auxílio emergencial seguro, para trabalhadores e empresários, medida que possibilitaria aos gestores estaduais e municipais a realização de medidas restritivas pontuais para conter o avanço da doença, elevando a atuação na pandemia de forma completamente técnica, científica e humana.
Sabemos que é difícil contrariar e combater a “política da morte”, imposta aos risos, ironias e chacotas feitas pelo mandatário da presidência da república. Há um custo político quanto a isso. Mas, por mais difícil que seja, este é o momento de agir com absoluta serenidade e responsabilidade com as vidas, sem transferir as decisões para a população.
Não há mais tempo. Não há mais palavras para utilizar. É o momento de ter firmeza. E não apenas contra festas clandestinas, eventos e reuniões familiares, mas para diminuir drasticamente a circulação de pessoas em supermercados, comércios, ônibus, entre outros locais, com isso, enfraquecendo o espalhamento do vírus.
A Prefeitura de Londrina, é vista como a mais importante do norte do estado. O prefeito Marcelo Belinati, que é respeitado pelos outros gestores municipais da região, principalmente por sua habilidade política, precisa, urgentemente, assumir a postura de liderança que lhe é depositada neste momento. Promover uma grande articulação com a região metropolitana, resolver conflitos e administrar amplamente a crise sanitária. Na ausência de líderes nacionais e estaduais, essa responsabilidade cai aos seus ombros.
Conforme sugerem os especialistas, não há como realizar medidas mais rígidas e restritivas apenas em Londrina. Afinal, tais ações devem ser desempenhadas com rigorosa fiscalização em todos os municípios da região metropolitana. E, para isso, é necessário contar com a ampla participação de todos os prefeitos, sob condução da maior e mais atingida cidade do norte do Paraná: Londrina.
O Portal TEM, desde o início da pandemia, se coloca ao lado de toda a administração pública para colaborar na propagação de medidas preventivas e exposição do cenário real, com o objetivo de contribuir com as ações desempenhadas pelo poder público no combate ao coronavírus. E agora, mais uma vez, nos colocamos a disposição de participar dessa nova batalha, disseminando a verdade, a ciência e ajudando a salvar vidas.
Precisamos agir hoje, ou amanhã será tarde.
Vinícius Gomes - Redação Tem