Defensivo biológico desenvolvido na UEL é destaque em programa de ciência

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O projeto do professor Admilton Gonçalves de Oliveira Jr., do Departamento de Microbiologia da Universidade Estadual de Londrina (UEL) foi contemplado no Programa PRIME, da Superintendência de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior do Paraná (SETI-PR), que selecionou em abril 21 projetos de seis universidades estaduais. São previstas quatro etapas, das quais a terceira será o DemoDay, no próximo dia 5. Porém, nesta etapa, participam apenas os cinco melhores projetos, selecionados ao longo do Programa. O projeto “Deméter” (deusa grega da colheita) é o segundo colocado entre os cinco.

O Demo Day é voltado exclusivamente para pesquisadores, estudantes, professores e servidores que tenham depósito de patente ou patente concedida com vínculo com uma das universidades estaduais. Será pelo Zoom.

O produto desenvolvido pelo professor Admilton e sua equipe é um agente biológico para controle de doenças de plantas. Tem ação predominantemente fungicida, mas a pesquisa foi além e obteve resultados nematicidas e até favoráveis ao crescimento das plantas com mais vigor. Tais efeitos secundários foram publicados na revista internacional Frontiers in Microbiology, de editora suíça, em janeiro deste ano.

De acordo com o professor, o projeto tem uma frase: “O poder da Biologia com o desempenho da Química sintética”. Ele explica que, até hoje, os produtos mais usados contra doenças das plantas têm sido baseados na química sintética, pois são mais baratos e de efeito rápido. Porém, são tóxicos ao meio ambiente e, consequentemente, aos seres humanos. Esta é uma das diferenças em relação ao Deméter: ele é biológico e sustentável. “Uma exigência cada vez maior do mundo”, resume Admilton.

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O produto tem como princípio ativo uma bactéria conhecida: o Bacillus velezensis. Isolado na UEL, poderá ser aplicado contra várias doenças, como o mofo branco e a ferrugem da soja. O pesquisador conta que testes em laboratório mostraram mais de 90% de sucesso. Uma vez licenciado, a Universidade transferirá o produto — o microorganismo e o know how — para ser produzido e oferecido no mercado.

Admilton lembra ainda que a pesquisa não para. Outro biodefensivo vem sendo desenvolvido e o produto já passou por várias fases. A expectativa é de que a transferência seja feita logo.

Da Universidade para o mercado

O Prime visa contribuir com o desenvolvimento socioeconômico do Paraná, a partir da transferência dos resultados das pesquisas acadêmicas para o mercado, ou seja, apoiar os titulares de patente na transformação da sua invenção em um produto de mercado. Nisso, conta com parceria com a Fundação Araucária e o Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Estado do Paraná (SEBRAE-PR).

A SETI já assegurou perto de 400 mil reais em recursos financeiros para outras edições do Programa. A ideia é estender a mais instituições de ensino superior e de pesquisas científicas e tecnológicas do estado.

Redação Tem com Agência UEL