Um dia após a posse, ministro de Bolsonaro extingue secretaria que cuida de surdos

O governo Jair Bolsonaro vai extinguir a Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão (Secadi), do Ministério da Educação (MEC), comandado por Ricardo Vélez Rodriguez. No lugar da Secadi será criada subpasta Modalidades Especializadas.

A gestão também deve criar uma nova secretaria só para alfabetização, que ficará a cargo do proprietário de uma escola de Londrina indicado pelo escritor Olavo de Carvalho ao ministro, que também mora na cidade, Ricardo Vélez.

Segundo o professor Carlos Sampaio, especialista em educação inclusiva, a medida não agrada, uma vez que ao perder o status de secretaria e se tornar uma subpasta, recursos devem ser diminuídos, além de retirar a importância da temática, na área do ensino. “Não é uma boa opção. Ao extinguir uma secretaria que foi criada a partir de muitos esforços da comunidade que luta por inclusão da pessoa com deficiência, e torná-la apenas uma subpasta, é retirada a importância que o atual governo precisa ter com o tema. Nós acreditamos que não é o melhor caminho e há, sim, uma preocupação.” afirma o professor.

Sampaio, ainda afirma que o Brasil conseguiu inserir jovens no ensino de inclusão e não pode retroceder, “nos últimos anos, saltamos de 8%, para 80% dos jovens com alguma deficiência que estão matriculados em sala de aula. Isso é um avanço significativo, conquistado graças à políticas como a criação de uma secretaria própria para isso.” contou.

De acordo com apurações do jornal Folha de S.Paulo, a iniciativa teria sido uma ação para retirar as temáticas de direitos humanos, de educação étnico-raciais e a própria palavra diversidade.

Apesar das críticas, o ministro afirma que a nova subpasta, deve continuar a articular as ações de educação especial, de jovens e adultos, educação no campo, indígena e quilombola.

Redação Tem