Esposa de assassino de petista diz que ele gritou ‘Bolsonaro mito’ antes do crime

Esposa confirmou que os dois não se conheciam antes da tragédia. Mas disse que marido não agiu por motivação política. Polícia investiga o caso.

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A esposa do policial penal bolsonarista que matou a tiros o guarda municipal e militante petista Marcelo Arruda disse, nesta quinta-feira (14), que seu marido gritou ‘Bolsonaro mito’ diante dos convidados do aniversário temático do PT em Foz do Iguaçu no último sábado (9). A afirmação foi realiza em entrevista à TV RPC.

O bolsonarista Jorge Guaranho invadiu a festa de 50 anos de Marcelo e o matou. Na ação, ele também acabou baleado e segue internado em estado grave.

Segundo a esposa, Jorge não teria agido por motivação política. Ela conta que ele invadiu a festa do petista porque se sentiu agredido e ameaçado. “O que motivou ele a voltar lá foi essa agressão, que ele se sentiu agredido, né, que ele se sentiu ameaçado, a família ameaçada. Então, por ele ter voltado lá, não tem nada a ver com Lula, não tem nada a ver com o Bolsonaro”, disse a mulher. “A minha família, meu padrasto, minha mãe, eles votaram no Lula, entendeu? Nós conhecemos várias pessoas de outras famílias, nós fazemos churrasco”, completou.

Jorge era sócio do clube onde Marcelo realizou sua festa de 50 anos.

A mulher também disse que o marido colocou uma música em favor de Bolsonaro para tocar no carro, enquanto estava passando de carro no aniversário. Ela disse que assassino sempre ouvia a canção que dizia “O mito chegou e o Brasil acordou”. Ela afirma, que ao ouvir a música, os convidados do aniversário teriam se incomodado e questionado Guaranho. Ao manobrar o carro, ele gritou “Bolsonaro mito”, confirmou a esposa.

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Ainda de acordo com ela, quando o marido gritou ‘Bolsonaro mito’, um se aproximou e teria jogado terra no veículo. A pessoa em questão seria o aniversariante, que foi vítima do assassinato. Na sequência, Guaranho saca um revolver e mira no petista e depois em sua esposa.

De acordo com testemunhas, após isso, ele acelerou o veículo e saiu do local dizendo que retornaria.

Todos os participantes da festa deram a mesma versão à polícia, afirmando que Jorge invadiu o local gritando palavras de ordem a favor de Bolsonaro e contra o PT e Lula. A principal linha de investigação da polícia aponta para crime por intolerância já que, segundo as informações atualizadas, Jorge e Marcelo não se conheciam.

O atirador, que está internado, se define como conservador e cristão. Ele usa as redes sociais principalmente para defender Bolsonaro, se diz contra o aborto e as drogas e considera arma sinônimo de defesa. Sua última postagem antes do crime é um retuíte de uma publicação do ex-presidente da Fundação Cultural Palmares Sérgio Camargo, dizendo: “Não podemos permitir que bandidos travestidos de políticos retornem ao poder no Brasil. A responsabilidade é de cada um de nós”.

O Ministério Público do Paraná (MPPR) solicitou à Justiça que seja decretado sigilo no inquérito do assassinato do guarda municipal. No pedido, a promotoria solicitou à investigação uma série de medidas. Entre elas, o exame do conteúdo do aparelho celular do autor do crime e a requisição da ficha funcional de Guaranho junto ao Departamento Penitenciário Nacional (Depen).

Redação Tem Londrina com RPC