Homem pega 12 anos de prisão por tentativa de feminicídio em Londrina
Réu sequestrou e tentou matar mulher.
O Tribunal do Júri de Londrina condenou nesta quinta-feira (9), o réu João Sérgio Caciola a 12 anos, 11 meses e 22 dias de prisão pela tentativa de feminicídio e sequestro de Desire Gonçalves Robledo, ocorrida em 20 de abril de 2020. A defesa da vítima afirma que ela não tinha relação íntima com o réu.
De acordo com o Observatório de Feminicídios de Londrina, o Néias, nesse caso, a tipificação como tentativa de feminicídio ocorre por “menosprezo à condição de mulher”.
Durante o julgamento foi exposta a ampla ficha criminal de João Sergio Caciola, incluindo crimes de violência doméstica e crimes sexuais. Apenas em 2020 ele é acusado de ter cometido três estupros em Londrina. A defesa pediu a desclassificação da tentativa de feminicídio para lesão corporal, porém, as evidências apresentadas pelo Ministério Público (MP) a e assistência de acusação foram mais convincentes. O júri também rejeitou a tese da defesa de semi imputabilidade do réu.
Segundo a acusação, ele teria jogado o veículo contra a vítima na madrugada de 20 de abril de 2020. Na sequência, teria colocado a mulher dentro do carro. Conforme a assistência de acusação, Desire saltou do carro em movimento para salvar a própria vida, após ser sequestrada pelo homem.
“Desde o início de suas atividades de monitoramento dos casos de feminicídio no Tribunal do Júri da Comarca de Londrina, Néias defende uma leitura ampliada da Lei do Feminicídio, para além de seu inciso primeiro, que prevê a classificação de crimes quando há relação íntima entre vítima e réu. O julgamento sugere uma ampliação da interpretação dada até aqui pelas autoridades. Pelo inquérito policial houve indiciamento por homicídio simples. Coube ao MP a tipificação como feminicídio”, diz o observatório em nota divulgada. “Consideramos esta classificação um avanço, pois reforça para a sociedade o feminicídio como o que ele é: um crime cometido pelo mais puro menosprezo à vida e à dignidade das mulheres”, completa.
Redação Tem Londrina com Néias