Bolsonaro desviou R$ 6,8 milhões em joias e presentes, afirma PF

Relatório foi divulgado nesta segunda-feira, após queda de sigilo.

Imagem: Marcelo Casal Jr/Agência Brasil

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu nesta segunda-feira (8) pela queda do sigilo do inquérito das joias sauditas, no qual o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi indiciado na última semana. Com essa decisão, a Polícia Federal (PF) foi obrigada a revelar a lista completa das joias e objetos de alto valor desviados pelo ex-presidente, que seriam vendidos no exterior.

De acordo com o relatório, a polícia afirma que Bolsonaro organizou uma estrutura criminosa para desviar R$ 6,8 milhões por meio da venda ilegal de presentes recebidos durante visitas oficiais a outros países enquanto ocupava o cargo de chefe de estado. A investigação estima que o valor total das joias investigadas seja de US$ 1.227.725,12.

Imagem: Reprodução/Isaac Nóbrega

O relatório da PF, agora público, detalha que os valores obtidos com a venda das joias eram convertidos em dinheiro em espécie e integravam o patrimônio pessoal de Bolsonaro. Isso era feito por meio de intermediários e sem utilizar o sistema bancário formal, com o objetivo de ocultar a origem, localização e propriedade dos valores.

“Identificou-se, ainda, que os valores obtidos dessas vendas eram convertidos em dinheiro em espécie e ingressavam no patrimônio pessoal do ex-presidente da República, por meio de pessoas interpostas e sem utilizar o sistema bancário formal, com o objetivo de ocultar a origem, localização e propriedade dos valores”, diz trecho do relatório da PF.

Caso Triplex

Para fazer uma comparação, os valores apontados pela PF são três vezes maiores que o valor do famoso triplex do Guarujá (SP), atribuído ao ex-presidente Lula (PT) pela Operação Lava Jato. Em 2018, quando Lula foi preso, o imóvel era avaliado em R$ 2,2 milhões.

Redação Tem Londrina