Londrina: Júri condena homem que matou ex em igreja a 28 anos de prisão
Crime aconteceu em abril de 2022.

O Tribunal do Júri de Londrina condenou, nesta terça-feira (6), Everton Paulo Schafer a 28 anos, 1 mês e 15 dias de prisão pelo feminicídio de sua ex-companheira, Lígia Fernanda Silva, cometido dentro da igreja onde ela trabalhava, na Avenida São João, na Zona Leste, em abril de 2022.
Os jurados reconheceram todas as qualificadoras constantes na denúncia do Ministério Público (MP). Além do feminicídio, meio cruel, motivo torpe, recurso que dificultou a defesa da vítima e emprego de arma de fogo de uso restrito.
“Durante cerca de dez horas de julgamento, a acusação, a cargo do MP, defendeu a condenação do réu confesso, enquanto a defesa protagonizou uma tentativa frustrada de classificar o crime como homicídio privilegiado, alegando injusta provocação por parte da vítima”, explica a nota do Néias – Observatório de Feminicídios de Londrina.
Lídia Fernandes Silva, de 44 anos, trabalhava no templo religioso e estava cobrindo férias de vinte dias no local. Ela foi surpreendida pelo ex-companheiro, que efetuou os disparos e fugiu. Everton foi preso pela Polícia Civil (PC), na cidade de Piracicaba, no interior de São Paulo. Ele confessou o crime.
“O caso evidencia como o machismo opera na nossa sociedade, permitindo que companheiros e ex-companheiros sintam-se donos de suas parceiras, ceifando-lhes a vida quando estas se recusam a permanecer no relacionamento. Além da tentativa frustrada da defesa de impor à vítima a responsabilidade pelo ‘descontrole’ do réu, também houve questionamento sobre a qualificadora do feminicídio. Para os defensores, o réu matou ‘por amor’, e não por menosprezo à condição de mulher da vítima”, completa a nota do movimento.
Redação Tem Londrina com Néias