Mortes de Wender e Kelvin completam um mês; relembre o caso

Investigação sobre o caso deve ser concluída nos próximos dias. Familiares e amigos dos jovens pedem justiça.

Imagem: Reprodução/Arquivo pessoal

As mortes dos jovens Wender Natan da Costa, de 20 anos, e Kelvin Willian Vieira dos Santos, de 16, completam um mês neste sábado (15). Os dois foram mortos em um suposto confronto envolvendo quatro policiais militares de Londrina, na noite de 15 de fevereiro, no Jardim Leonor, região oeste da cidade. As vítimas foram atingidas por 18 disparos.

A Polícia Militar (PM) alega que os jovens teriam reagido a uma abordagem policial. No entanto, familiares e amigos de Wender e Kelvin, questionam a versão da polícia, e defendem que os dois não tinham envolvimento com crimes.

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Wender era dono de um lava-rápido e Kelvin trabalhava na empresa como funcionário. Na noite dos fatos, os dois trabalharam até tarde no estabelecimento e depois seguiram até uma festa. Antes de serem mortos, chegaram a parar em uma distribuidora de bebidas.

Protestos

As mortes desencadearam uma série de protestos. Já na noite do suposto confronto, policiais militares usaram balas de borracha para dispersar a população que tentava se aproximar dos corpos. No local, a mãe de Kelvin e familiares chegaram a ser atingidos pelos disparos.

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Imagem: Reprodução/Redes sociais

Na mesma noite, um grupo de pessoas atacou dois ônibus de empresas privadas do transporte intermunicipal que passavam pelo Conjunto Nossa Senhora da Paz, a Bratac. Nas ações, quatro pessoas ficaram levemente feridas, incluindo dois motoristas e duas passageiras.

Os protestos continuaram nos dias seguintes e praticamente paralisaram a cidade no dia 17 de fevereiro. Na ocasião, ônibus foram incendiados e o transporte público teve que ser suspenso durante à noite. Com o aumento das manifestações, o secretário de Segurança do Paraná, Hudson Leôncio Teixeira, veio até Londrina, junto com representantes dos comandos das polícias civil e militar.

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Após alguns dias, até o governador Ratinho Junior (PSD) visitou o município e comentou sobre o episódio. Em Londrina, Ratinho se solidarizou com as famílias dos jovens, disse que os policiais do Paraná estão preparados para situações de confronto, garantiu uma investigação isenta e informou que o estado deve avançar no processo de instalação de câmeras em uniformes e viaturas policiais.

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Nos últimos dias, as famílias voltaram a realizar um ato pedindo justiça no Calçadão de Londrina. A manifestação também reuniu entidades como Justiça Por Almas e Ciranda da Paz.

Investigação

A Polícia Civil (PC) e a Polícia Militar (PM) realizam duas investigações sobre o caso, uma delas é coordenada pela Corregedoria da PM de Maringá. Os quatro policiais envolvidos na situação foram afastados momentaneamente para avaliações psicológicas, mas já retornaram ao trabalho.

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As investigações devem ser concluídas nos próximos dias. O Ministério Público (MP) também acompanha os desdobramentos do caso.

Redação Tem Londrina