- Jornalismo
- 31 de julho de 2019
ACIL e Depen vão incentivar ressocialização de detentos no mercado de trabalho

A ACIL (Associação Comercial e Industrial de Londrina) em parceria com o Departamento Penitenciário de Londrina (Depen) irá realizar um programa de ressocialização de detentos do sistema prisional da cidade. A ideia inicial é incentivar empresários e conscientizá-los sobre a importância da inclusão e ressocialização destas pessoas no mercado de trabalho, colaborando inclusive, com a diminuição de crimes na sociedade.
O modelo de Unidade de Progressão (UP) adotado pelo município, busca preparar os detentos para que voltem ao convívio social enquanto passam por um período trabalhando e estudando.
O projeto chamado de “Transformar Vidas” foi apresentado na sede da entidade nesta terça-feira (30).
Segundo o presidente da ACIL, Fernando Moraes, a entidade vê o projeto com bons olhos e mostra que a associação também está buscando transformar o cenário atual do país. “Vamos divulgar e trabalhar junto aos seus associados mostrando esses benefícios da melhor forma de implementá-lo”, explicou.
De acordo com dados do Governo Federal, a reincidência de crimes no Brasil chega a 70% dos presos. Especialistas afirmam que oportunidades de trabalho, de estudo e de reintegração à sociedade, podem ajudar a diminuir a marca.
Reginaldo Peixoto, diretor do Creslon (Centro de Reintegração Social de Londrina) apoia a ideia e explica que a medida ajudará a diminuir a criminalidade. “O preso, quando sai treinado e capacitado. Com estudos e oportunidade de trabalho, não tem que procurar o dinheiro em outro lugar, de forma irregular”.

O especialista em Segurança Pública, Agnaldo Souza Lopes, afirma que programa é fundamental para a construção de uma sociedade menos violenta. “O detento uma hora vai sair da cadeia. É um cálculo simples: se houver chance de uma nova vida, a maioria deles sairão do crime. Um ex-detento que deixa a criminalidade e se torna um trabalhador ou estudante, será um cidadão a mais na sociedade. Precisamos incentivar esse tipo de ação. Não é fácil, claro, mas precisamos buscar sempre uma sociedade melhor”, argumentou.
Empresas já contratam em Londrina
Algumas empresas parceiras já contratam detentos para mão de obra, assim como a Prefeitura através da Secretaria Municipal do Ambiente, CMTU e Estádio do Café.
Para Boanerges Silvestre Bueno Filho, chefe do setor de produção e desenvolvimento do Depen, o projeto “Transformar Vidas” conta que o departamento está construindo novos barracões atender as empresas. “Eles servem para os empresários vejam a nossa estrutura e queiram se instalar”, contou Bueno Filho.
Segundo Bueno Filho, há algumas formas de contratar a mão de obra do preso. É possível colocar a empresa dentro do sistema prisional, levar o preso para dentro da empresa ou ainda contratar essas pessoas que hoje estão saindo em monitoramento eletrônico.
Como funciona?
“Após a empresa fazer contato apontando o interesse em contratar apenados, nós enviamos um formulário onde ela irá informar se quer ir para dentro de uma unidade penal ou não. Uma equipe multidisciplinar com psicólogos, assistentes sociais, assistência jurídica, segurança, fazem a escolha e analisam os perfis dos candidatos”, explica Bueno Filho.
Cada detento receberá um salário mínimo, pago pelo empresário. 25% desse valor é encaminhado ao Fundo Penitenciário do Paraná e 75% para o preso, que pode destinar até 80% à sua família. Ao terminar de cumprir a pena, o detento poderá resgatar o restante do valor retido no banco.
Hoje, o Depen possui fábricas de produtos de limpeza, blocos de madeira e uniformes para o trabalho dos presos.
Durante o período de trabalho, os detentos também estudam na penitenciaria. Quando deixarem o local, terão uma qualificação profissional e estudos para tentarem uma nova vida.
As empresas interessadas no projeto devem entrar em contato com o Depen pelo telefone (41) 3294-2974 ou através do e-mail [email protected].
Redação Tem