Londrina terá Dia de Conscientização e Combate ao Feminicídio

Foto: Reprodução

O prefeito de Londrina, Marcelo Belinati (PP), sancionou, na manhã desta nesta terça-feira (29), a lei nº 12.939, que institui a Semana Municipal de Conscientização e Combate ao Feminicídio em Londrina, no período de 22 a 29 de julho, e o Dia Municipal de Conscientização e Combate ao Feminicídio, a ser anualmente celebrado em 22 de julho. A iniciativa tem como objetivo principal conscientizar a população sobre as ações de prevenção e combate ao feminicídio, ampliando o debate sobre o tema.

O projeto de lei foi proposto pelo vereador Estevão da Zona Sul (SEM PARTIDO). Com a implantação da Semana e do Dia Municipal de Conscientização e Combate ao Feminicídio, a Secretaria Municipal de Políticas para as Mulheres (SMPM) planeja, neste período, intensificar o rol de ações já executadas ao longo do ano, em diversos espaços e com diferentes públicos.

Atualmente, as equipes da SMPM percorrem diversas escolas, da rede municipal e estadual, empresas, órgãos públicos e demais ambientes de trabalho, falando para diversos segmentos sobre as diferentes formas de violência contra a mulher. A expectativa, com essa atuação educativa e preventiva, é evitar a ocorrência dos casos de feminicídio, que passou a ser previsto como circunstância qualificadora somente em 2015.

Ele se aplica quando o crime de homicídio ocorre contra a mulher por questões de gênero, envolvendo violência doméstica e familiar, menosprezo ou discriminação à condição de mulher.

Números

O Atlas da Violência 2019, desenvolvido pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) e o Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), reportou que, em 2017, mais de 221 mil mulheres procuraram delegacias de polícia para registrar episódios de agressão em decorrência de violência doméstica. Somente no Paraná, a Secretaria de Segurança Pública do Estado (SESP-PR) registrou, em 2018, 61 casos de feminicídio, contra 41 ocorrências no ano anterior. Em Londrina, neste ano, oito feminicídios foram registrados.

A secretária municipal de Políticas para as Mulheres, Nádia Oliveira de Moura, destacou que a Secretaria já vem desenvolvendo uma série de ações preventivas de combate à violência contra a mulher e proteção às vítimas.

Escolas municipais

Durante a solenidade, foi apresentada a adesão das unidades escolares do Município ao Programa Lei Maria da Penha vai à Escola, previsto na lei municipal 12.662/2018, cujo projeto de lei foi de autoria do vereador Gerson Araújo (PSDB). Por meio de parceria das secretarias municipais de Políticas para as Mulheres e de Educação, o programa visa atingir toda a comunidade escolar, incluindo alunos, professores, pais e responsáveis, de forma a apresentar a lei federal nº 11.340, de 7 de agosto de 2006.

Conhecida em todo país como Lei Maria da Penha, essa legislação aborda os principais meios de impedir e punir os casos de violência doméstica e familiar contra a mulher. Com o repasse dessas informações para a comunidade escolar, o programa municipal contribui para prevenir as ocorrências de violência contra as mulheres, desconstruindo a cultura de violência e incentivando a denúncia formal nos órgãos competentes.

A Secretaria Municipal de Políticas para as Mulheres tem desenvolvido esse trabalho com os servidores que atuam na sede da Educação e com gestores das unidades escolares, da área urbana e rural. Mediante a adesão da Educação ao programa, para o próximo ano esse trabalho deve ser ampliado, capacitando os mais de quatro mil professores da rede municipal. Na sequência, o programa será aplicado, gradativamente, com pais e responsáveis e por fim, os alunos.

A secretária municipal de Educação, Maria Tereza Paschoal de Moraes, disse que inicialmente os professores da rede vão participar de uma capacitação sobre o tema. “Todos os dias temos contato com 44 mil famílias, além das quase 5 mil famílias dos professores. Fazer esta conscientização faz muito sentido para a rede, pois conseguimos chegar em muitas famílias de Londrina. No próximo ano, a ideia é termos um calendário de formação trabalhando especificamente sobre este tema, com todos os professores. Precisamos conversar sobre isso, a fim de prevenir casos e até identificar situações, dando os encaminhamentos necessários a elas”, apontou.

Redação Tem com N.com



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