Pintura no Centro de Londrina celebra dia de combate a LGBTfobia
Intervenção artística marca data mundial de combate ao preconceito.
Quem passar pelo cruzamento da Rua Benjamim Constant com a Avenida Rio de Janeiro, próximo à Praça Rocha Pombo, no Centro de Londrina, vai se deparar com uma intervenção artística que o marca o dia 17 de maio. A data celebra o Dia Internacional de Combate à Homofobia, Bifobia e Transfobia. Uma pintura, com as cores da bandeira do orgulho Trans, foi pintada no local nesta segunda-feira (17).
O ato simbólico está foi organizado pela Rede LGBT Ubuntu, que nasceu durante a pandemia com objetivo de ajudar pessoas LGBTIA+ em situação de vulnerabilidade social. O movimento também atua em parceira com o Coletivo ELityTrans e com a Frente Trans de Londrina. O objetivo é dar visibilidade positiva a esta população, que vive e resiste, produzindo belezas, cuidado e respeito pelas ruas, apesar das inúmeras violências sofridas.
A intervenção é financiada coletivamente pelos integrantes do movimento e contou com autorização do Município de Londrina.
De acordo com dados atualizados em 2020, o Brasil é o país que mais mata pessoas LGBT’s e o que mais mata travestis e transexuais no mundo.
Os manifestantes escolheram a praça por uma questão simbólica. “Em 2019, um jovem foi assassinado, uma semana após o assassinato de outro, ocorrido no Bosque. Além de outros casos de violência e morte subnotificados e invisibilidades”, explica o movimento.
De acordo com o movimento, a esquina da escolhida para a prática da intervenção reivindica também a memória desta população como produtores de memória e contribuições históricas na cidade, e por esse motivo a intervenção acontece próximo ao Museu Histórico da Cidade. Além disso, a Praça Rocha Pombo foi, durante muitos anos, local de trabalho da população travesti e trans. O objetivo é ressaltar que a produção de vida diária, deve passar pela construção de uma cidade, em que as diferenças sejam passíveis de serem vividas com direitos, dignidade, acessos e cidadania.
“A gente precisa conhecer a nossa história, respeitar as pessoas vieram antes de nós, e lutar para que tenhamos dias melhores. A gente vive na cidade. É aqui que a gente estuda, trabalha e se diverte, a gente precisa mostrar que existimos e queremos viver!”, declara o produtor cultural e coordenador executivo da ação, Vinícius Yoma Bueno.
A produtora cultural e produtora de comunicação da Frente Trans Londrina, Juuara Barbosa, lembra do dia 15 de maio, em que também foi comemorado o Dia de Orgulho Travesti e Trans. Para ela, essas datas servem para lembrar que os caminhos dos LGBT não são caminhos de flores, mas de luta pela vida. “Acredito que a ação dará visibilidade para essas discussões, que ficam invisibilizadas, sobretudo quando se for falar em travestis. Nós estamos nos piores postos de trabalho. Nós estamos invisibilizadas. Praticamente somos proibidas de andar à luz do dia. As poucas travestis que tem furado essa barreira e tem conseguido trabalho no mercado formal, ainda são espezinhadas, em todos percurso até o trabalho, o que acaba corroborando para que essas pessoas não permaneçam nesses espaços”, declara Juuara.
O artista visual convidado, Caio Souza, lembra da importância da arte urbana, que “liberta a arte das paredes das instituições de arte, da bolha, para que ela se manifeste nas ruas e alcance o maior número de pessoas possível, para que a população de conscientize da mensagem e seja afetada por meio da via do sensível”, ressalta.
Rifa para custear obra
A intervenção artística está sendo financiada de maneira coletiva. Assim, os organizadores realizam a rifa de uma obra do artista Caio Souza e de uma sessão de fotos com o fotógrafo Wesley Tontatto.
As contribuições e compra dos números da rifa para financiamento das ações podem ser adquiridos com pelo número (43) 98446-7469.
Redação Tem com Assessoria