13 de maio: data é marcada por atos contra o genocídio do povo negro
Em Londrina, atos acontecem durante a tarde.
Por todo o país, esta quinta-feira, 13 de maio – data que lembra a assinatura da lei que aboliu oficialmente a escravidão no Brasil em 1888 -, será marcada por protestos. Pelo movimento negro, a data está sendo chamada como “13 de maio de Lutas”, devido a mobilização nacional pelo fim do racismo, do genocídio negro, das chacinas e pela construção de mecanismos de controle social da atividade policial.
As atividades integram o Dia Nacional de Denúncia Contra o Racismo, ato promovido pela Coalizão Negra por Direitos, e que, em Londrina, têm apoio do Conselho Municipal de Promoção da Igualdade Racial (CMPIR) e da Gestão Municipal da Promoção da Igualdade Racial.
Durante a tarde, serão realizadas duas manifestações que visam conscientizar sobre a violência racial, o racismo institucional e as desigualdades étnico-sociais enfrentadas pelos afro-brasileiros. A primeira delas acontecerá às 13h, em frente à sede do Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (GAECO), localizada na Rua Capitão Pedro Rufino, 605, Jardim Europa. Em seguida, às 17h, as entidades promoverão uma mobilização no Calçadão, nas arquibancadas da Praça Marechal Floriano Peixoto (Praça da Bandeira). A organização reforça que, em ambas as mobilizações, serão mantidos o distanciamento social e o uso de máscaras.
À noite, às 19h40, será realizada a roda de conversa on-line “Movimentos sociais: militância e os atuais desafios”. Aberto a toda a comunidade, o evento contará com a presença da militante do Levante Popular da Juventude, Ana Carolina Keil; e da integrante do CMPIR e representante do Movimento Negro de Londrina, Tereza Mendes.
A gestora municipal de Promoção da Igualdade Racial, Maria de Fátima Beraldo, definiu o “13 de maio” como uma data de denúncia, resistência e luta por direitos e políticas compensatórias. “Foram quase quatro séculos de cativeiro, de trabalho na condição de escravizado imposta pelo Brasil. Por isso, essa é uma data para denunciar as desigualdades que impactam em maior grau o povo negro neste país. Os negros ainda são maioria nas favelas e as principais vítimas de homicídio, sofrendo com o preconceito e diversas formas de violência”, disse.
“O povo negro quer viver”
Com o lema “Nem bala, nem fome, nem covid. O povo negro quer viver!”, os protestos de hoje têm como principal motivador a busca pelo direito à vida, pelo fim da morte da população negra que tem sido assassinada pelo país. Segundo estatísticas, a cada 23 minutos um jovem negro é brutalmente assassinado no Brasil.
Na semana passada, o país assistiu o extermínio de 28 pessoas na comunidade do Jacarezinho, no Rio de Janeiro, no que ficou conhecido como “a maior chacina da história” da cidade. Tal violência é um retrato escancarado do que vem acontecendo nas periferias brasileiras.
Em Londrina, os atos pedem justiça pelas vítimas da chacina ocorrida na cidade em 2016, que resultou na morte de 12 pessoas; por Matheus Evangelista, morto durante abordagem da Guarda Municipal em 2018; e por Cristiano Rodrigues, morto pela Polícia Militar no último dia 12 de abril em um suposto confronto.
Redação Tem com Assessoria