- Jornalismo
- 18 de agosto de 2025
Medida do MP de Londrina ganha destaque após debate sobre ‘adultização’
Promotoria da cidade já proíbe desde junho vídeos com crianças sem autorização judicial.

Desde junho deste ano, o Ministério Público (MP) de Londrina, por meio da Vara da Infância e Juventude, estabelece novas regras para a produção de conteúdo digital envolvendo crianças e adolescentes na cidade, após conseguir uma decisão liminar da Justiça. Com a medida, influenciadores só podem gravar, divulgar ou compartilhar vídeos e publicações com menores de idade mediante autorização judicial prévia e cumprimento dos requisitos legais.

A decisão foi tomada após a constatação de três casos de uso indevido de imagens em vídeos monetizados na internet. Segundo o MP, a multa aplicada em situações de descumprimento foi elevada de R$ 20 mil para R$ 35 mil, já que o valor anterior não havia sido suficiente para coibir a prática.
O critério de avaliação inclui não apenas conteúdos que geram receita direta, mas também aqueles que exploram engajamento e publicidade indireta.

As denúncias que motivaram a ação civil pública envolvem publicações com violência física, sexualização, seminudez, relacionamentos precoces e cenas de risco — como simulações de afogamento, consumo de álcool e uso de armas. O material circulava livremente em plataformas como YouTube, Instagram e TikTok, e chamou a atenção das autoridades para a necessidade de maior controle.
O tema ganhou repercussão nacional após a publicação de um vídeo do influenciador londrinense Felipe Bressamin, o Felca, com denúncias de “adultização” de crianças nas redes sociais. O conteúdo viralizou nas redes sociais e gerou debates em todo o país. A mobilização resultou na apresentação de projetos de lei e também na prisão do influenciador Hytalo Santos, exposto no vídeo de Felca.

Os dados apresentados pela autoridades reforçam a gravidade da situação: somente nos primeiros seis meses de 2025, Londrina registrou 153 casos de violência sexual contra menores, o que representa um aumento de 3,38% em relação ao mesmo período do ano passado.
Para o MP, o endurecimento das medidas é uma forma de proteger crianças e adolescentes dos riscos à exposição precoce e da exploração em ambientes digitais.
Redação Tem Londrina


