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‘Alegre e em busca de uma sociedade melhor’, diz esposa de vítima da covid em Londrina

Carlos Henrique tinha 35 anos e deixou filha de um ano. Esposa conta as lutas que o marido travou durante a vida.

Rapaz era gerente de uma fábrica – Foto: Arquivo pessoal

Carlos Henrique Dionísio nasceu na periferia de São Paulo em uma família humilde e, desde cedo, precisou lutar muito pela vida. Ao longo de seus 35 anos, venceu muitas batalhas envolvendo questões de saúde, e sempre buscou tirar ensinamentos das dificuldades que passava. “Ele sempre pensava: o que isso me traz, o que isso me ensina, o que isso significa para a minha vida para que eu possa ser uma pessoa melhor?”, relata Cristiane Makida Dionísio, esposa de Carlos.

Profissionalmente, Carlos começou em uma empresa como técnico de segurança do trabalho, depois fez engenharia de produção e foi promovido. Há um ano, ele veio para Londrina ser gerente de uma fábrica. “Não é fácil passar por tantas dificuldades, ter poucas condições, ser afrodescendente e ainda conseguir chegar em um cargo de chefia. O Carlos Henrique Dionísio é um caso de sucesso sim”, fala Cristiane.

Além da dedicação ao trabalho, Carlos será lembrado pela alegria contagiante que encantava a todos. Quem o conheceu relata que ele nunca tirou o sorriso do rosto. Estava sempre alegre e disposto, inclusive para ajudar na construção de uma sociedade menos racista, mais justa e igualitária.

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“Um dos propósitos dele na empresa, era aumentar a quantidade de mulheres em cargos de liderança e também colocar mais negros em cargos de liderança porque ele era o único”, conta Cristiane. Para ele, o foco era sempre as pessoas.

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Casal morava em Londrina há apenas um ano – Foto: Arquivo pessoal

Carlos Henrique Dionísio deixa esposa, uma filha pequena de um ano, outros familiares e amigos que amava muito. Pessoas nas quais ele deixou uma marca de alegria, motivação e esperança.

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“Ele era muito jovem, mas as pessoas sempre falavam que tinha um amadurecimento muito grande e ensinava muita gente”, lembra a esposa emocionada.

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O TEM faz questão de contar essas histórias para que ninguém se esqueça que cada uma das 179 pessoas que perdemos, até o momento, para a covid-19, não são apenas números em um boletim diário, são vidas que foram interrompidas. E como tal, deixam uma história que poderia ainda ter novos capítulos se não fosse a pandemia que enfrentamos.

Fiama Heloisa - Redação Tem


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