Há 3 meses, Bolsonaro disse que mortes por covid-19 ficariam abaixo de 800

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Presidente havia comparado mortes por H1N1, que foram 796 – Foto: Reprodução/AFP

O número de mortos pela covid-19 no Brasil ultrapassou a previsão do presidente Jair Bolsonaro. Em 22 de março, Bolsonaro disse em entrevista à TV que a quantidade de mortes causadas pelo novo coronavírus não seria maior do que aquelas provocadas pela H1N1 no ano passado, que foram 796. Nesta segunda-feira (22), três meses após a fala, o Brasil já registra 50.737 mortes causadas pela doença.

Já são 63 vezes mais óbitos do que esperado pelo presidente da república, número que representa mais de 6.000% sobre a projeção que Bolsonaro fez.

De março para cá, Bolsonaro realizou inúmeras demonstrações públicas de minimização da pandemia, além de negar, muitas vezes, a gravidade do vírus. O Brasil já possui 1.090.349 de casos confirmados, sendo o segundo país no mundo com o maior número de casos e mortes, enquanto o coronavírus avança pelo interior do país.

Em 22 de março, enquanto países europeus vivenciavam o pico do coronavírus, e os Estados Unidos entraram na pandemia — o país é primeiro do ranking de mortes e casos –, o Brasil começava a sentir o efeito, mas ainda estava no início.

Foto: Reprodução/AFP

Em 23 de março, Bolsonaro chamou a doença de gripezinha, caminhou pelo comércio de Brasília, reunindo apoiadores em torno de si, em meio ao isolamento social em vigência no Distrito Federal e ainda fez discursos contra o distanciamento, que ainda é único método eficaz de prevenção contra o vírus. “Eu tenho direito constitucional de ir e vir. Ninguém vai tolher minha liberdade de ir e vir”, afirmou o presidente aos jornalistas.

Em 24 de março, durante um pronunciamento em rádio e televisão, o presidente falou contra as medidas de isolamento social, como as restrições para o funcionamento de escolas e comércio.

Dois dias depois, em 26 de março, Bolsonaro disse que o contágio pela covid-19 no Brasil não será como nos Estados Unidos porque, segundo ele, não acontece nada com o Brasileiro. No mesmo dia, o presidente disse que o brasileiro deveria ser estudado porque mergulha no esgoto e não pega nenhuma doença.

Agora, três meses após, a maioria dos países europeus e os Estados Unidos já dão início a um relaxamento da quarentena, na tentativa de uma volta à normalidade. O Brasil, de acordo com especialistas, não tem data para diminuição dos contágios e o fim da pandemia, ainda que temporário, está longe de acontecer.

Redação Tem