Queiroga diz que Brasil terá escassez de vacinas até o 2º semestre

Imagem: Fabio Pozzebom/AgênciaBrasil

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, disse que a falta de previsibilidade em relação ao fornecimento de vacinas anti-covid ao Brasil deve continuar até o segundo semestre deste ano. Ele ainda afirma que seu principal objetivo é acelerar a vacinação, que continua bastante atrasada.

As declarações foram dadas durante entrevista ao jornal Folha de S.Paulo.

Em 31 de março, o ministro informou que o Brasil receberia 25,5 milhões de doses das vacinas contra a covid-19 em abril. O número representa redução de 46% em relação ao cronograma previamente apresentado para o mês e ainda não aconteceu.

Queiroga ainda disse que espera que a situação melhore após os Estados Unidos terminarem a sua campanha de imunização. O presidente norte-americano, Joe Biden, já anunciou que toda a população adulta do país poderá começar a ser imunizada em 19 de abril.

“A partir do segundo semestre, conseguiremos ter mais doses disponíveis. O maior país a vacinar sua população é os Estados Unidos. Depois que conseguirem vacinar a população deles, vamos ter mais doses, é a nossa expectativa”, argumentou o ministro da Saúde.

“É uma luta diária. Temos uma estimativa de doses a serem aplicadas que depende da produção, da indústria, das entregas, da importação de doses prontas”, afirmou Queiroga.

Na entrevista, o ministro evitou responder se o Brasil poderia ter evitado a falta de doses se tivesse fechado acordos em 2020. Queiroga afirmou que “ninguém falava nada da Pfizer” em maio do ano passado. Entretanto, na mesma época líderes mundiais estavam indo atrás de garantir os imunizantes, atitude que não foi realizada pelo presidente Jair Bolsonaro.

Queiroga também garante que não quer estabelecer metas específicas para a vacinação porque não sabe quantas doses estarão disponíveis. Antes, o ministro falava em vacinar 1 milhão de pessoas por dia. Agora, disse que, se tivesse doses suficientes, poderia garantir a vacinação de até 2,4 milhões de pessoas por dia.

Ela ainda afirmou que teria mais doses de imunizantes em março e abril se a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) já tivesse aprovado o uso emergencial da Covaxin, da Bharat Biotech. A vacina não foi aprovada porque o laboratório não forneceu os dados de segurança e eficácia, além de que a importação foi proibida pela Anvisa, após a visita de técnicos nos locais de fabricação do imunizante, na Índia.

“Não posso chegar dando canetada na Anvisa, que é uma agência regulatória. Mas eu teria mais doses em março e abril, como estava no calendário anterior, e a Anvisa não aprovou”, afirma.

Redação Tem