- Jornalismo
- 26 de agosto de 2020
Trabalhadores de frigoríficos na região de Londrina fazem protesto
Trabalhadores de Jaguapitã e Rolândia denunciam faltas de condições de segurança para evitar contaminações por coronavírus dentro das empresas.

Trabalhadores do setor de alimentação fizeram um protesto nesta quarta-feira (26), em frente a frigoríficos da região (em Jaguapitã e Rolândia). O ato busca chamar a atenção para as precárias condições dos trabalhadores dentro dos frigoríficos, locais propícios para a disseminação do coronavírus. Em apenas uma semana, dois funcionários de um frigorífico em Rolândia morreram em decorrência de complicações da doença.
As organizações que representam os trabalhadores se uniram para lançar a a campanha “A carne mais barata do frigorífico é a do trabalhador”. Segundo Cleilson Ramos Mattos, presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação de Jaguapitã, as principais reivindicações são a testagem em massa dos trabalhadores e que a troca das máscaras fornecidas pelas empresas seja feita diariamente. “Hoje as empresas fornecem as máscaras, mas é somente uma por semana. Então, o trabalhador tem que guardar a máscara junto com o restante do uniforme ao longo da semana toda, o que facilita a contaminação. Além disso, a gente quer a testagem em massa para descobrir quem realmente está contaminado dentro do frigorífico e transmitindo a doença”, explicou Mattos.

Outra reivindicação é pelo fim das aglomerações. “A gente pede o fim das aglomerações nos vestiários, nas entradas e saídas, nos refeitórios e, até mesmo, dentro do próprio setor. Nós sabemos que tem setores em que as pessoas estão trabalhando a menos de um metro de distância”, comentou Anderson Zanelato, presidente do STIAAR de Rolândia.
Os dois representantes sindicais relataram dificuldades de acesso aos dados de contaminação entre os trabalhadores, já que as empresas não estariam repassando de forma contínua. Em Jaguapitã, por exemplo, em um único dia de testagem somente em um dos frigoríficos, 202 casos foram confirmados. Já em Rolândia, os últimos dados fornecidos – de 15 dias atrás – pelas empresas apontam 30 trabalhadores infectados.

A reportagem tentou contato com os frigoríficos para saber a posicionamento das empresas, mas até o fechamento da matéria não obteve retorno.
Redação Tem