- Jornalismo
- 29 de janeiro de 2022
Mostra de ‘arte TRAVA’ marca o Dia da Visibilidade Trans em Londrina

Chegamos vivonas e vivendo em mais um 29 de janeiro, data que marca o Dia da Visibilidade Trans e Travesti, para celebrar nossas vidas e potências. Não é pouco no país que, pelo 13º ano consecutivo, mais mata pessoas trans e travestis no mundo, segundo a Articulação Nacional de Travestis e Transexuais (ANTRA). Para celebrar e refletir sobre essa visibilidade, a Frente Trans de Londrina promove amanhã (30) a Mostra de ‘Arte TRAVA’, a partir das 18h, na Concha Acústica, com exibição curtas produzidos e protagonizados por pessoas trans e travestis.
A origem do dia da visibilidade se deu em 2004, quando esta população foi ao Congresso Nacional lançar a campanha “Travesti e Respeito”. Em Londrina, evocamos nossas ‘antepassades’ que lutaram e deram suas vidas para que hoje nós, pessoas travestis e pessoas trans, pudéssemos dar mais passos em direção a uma sociedade que inclua e minimamente respeite nossa população.

“Toda a comunidade ‘transgenere’, e não só em Londrina, mas no Brasil inteiro, ainda sofre as mazelas da transfobia. Não acessamos o mercado de trabalho formal, não acessamos a saúde de modo integral, mas ainda assim resistimos e vivemos! Salve Scarlett O’Hara Costa e tantas outras que deram a vida para que pudéssemos estar aqui, de pé hoje!”, declara Juuara Barbosa.
Nossa resistência em existir promove o inimaginável. Somos o país com mais pessoas trans e travestis eleitas para cargos políticos. Segundo a Antra, foram 30 ‘eleites’ em 2020, quase quatro vezes mais quando comparado à eleição anterior. Esse dado diz muito sobre nossa força e capacidade de mobilização. Somos corpos políticos desde sempre.
Essa história não pode ser apagada, as pioneiras que passaram nos deixaram um legado de luta e glória. Sobrevivemos a ditadura, prisões arbitrárias por “vadiagem”, a Peste Gay (como ficou conhecida a epidemia da Aids no início dos anos 80, no Brasil) marcada por ações como a Operação Tarântula em São Paulo e a promulgação da Constituição Federal em 1988 e estamos ocupando espaços e produzindo, pulsando vida” relembra a ativista e artesã e travesti londrinense, Chris Lemes.
Para Enzo Lopes (30), homem trans londrinense, o dia da visibilidade trans é muito importante, pois cotidianamente ainda somos invisibilizados. O medo da rejeição é muito presente em nossas vidas e nossa luta é por respeito e amor. No cenário brasileiro, destacamos algumas personalidades, como psicólogo e escritor, João W. Nery, o modelo Sam Porto e tantos outros ativistas como Leonardo Peçanha e Alexandre Peixe. Ser um homem trans ainda é lidar com o receio de ser quem nós somos. Nossa existência precisa fazer parte do nosso dia-a-dia da sociedade. Sempre deixo uma reflexão: E você: O que você já fez para uma pessoa trans?
A Mostra tem início as 18h e segue até as 22h. Vamos reverenciar nossas ‘antepassades’ e aplaudir as que lutam hoje para que ‘outres’ possam vir!
Serviço
Mostra de Arte TRAVA
Quando: 30/01/2022
Horário: das 18h as 22h
Onde: Concha Acústica
Redação Tem