Londrina: greve das professoras de creches continua nesta quarta
Assembleia definiu continuidade da paralisação por tempo indeterminado.

As professoras dos Centros de Educação Infantil (CEIs) filantrópicos de Londrina decidiram manter a greve iniciada nesta terça-feira (13), mesmo após decisão judicial que regulamenta o movimento. A paralisação continuará nesta quarta (14), mas de acordo com a liminar expedida pela Justiça, ao menos 60% dos serviços nas unidades devem seguir funcionando normalmente.
A decisão judicial, encaminhada ao Sindicato dos Profissionais das Escolas Particulares (Sinpro), garante o direito de greve, mas também atendeu a um pedido da Prefeitura de Londrina, que solicitava a manutenção de parte do atendimento nas creches. Em caso de descumprimento, a liminar prevê multa diária tanto para as instituições que não assegurarem o funcionamento mínimo, quanto para os gestores que tentarem impedir qualquer profissional de aderir à paralisação.
As penalidades podem chegar a R$ 1 mil por caso comprovado.
A decisão ainda garante que os dias parados também não poderão ser descontados dos salários das educadoras.
Segundo o presidente do Sinpro, André Cunha, a categoria irá respeitar os termos da liminar. No entanto, ele ressalta que agora cabe aos gestores das instituições definir como será reorganizado o funcionamento das creches durante a greve. “A liminar será cumprida, mas os gestores precisam estabelecer como as atividades serão mantidas com 60% do efetivo”, afirmou.
Cunha também criticou o posicionamento da administração municipal e afirmou que a Prefeitura não pode alegar surpresa com a greve. “Em nenhum momento houve ausência de diálogo. A Prefeitura esteve informada desde o início das negociações”, completou.
A Prefeitura de Londrina, por sua vez, questiona a legitimidade do movimento grevista, argumentando que o sindicato patronal das entidades filantrópicas não foi oficialmente comunicado. Ainda existe um impasse sobre qual sindicato representa legalmente essas instituições. Para o Sinpro, no entanto, essa indefinição não interfere no direito de negociação dos profissionais nem no andamento da greve.
O movimento grevista das educadoras reivindica melhores condições de trabalho e valorização profissional, com reajuste salarial equiparado aos servidores municipais. Atualmente, as profissionais recebem um salário 80% menor, exercendo as mesmas funções e por mais horas.
De acordo com a categoria, não há previsão de término da paralisação.
Uma manifestação está marcada para quinta-feira (15), em frente à Prefeitura de Londrina.
Redação Tem Londrina