Projeto quer terceirizar oito escolas de Londrina e região; veja quais

Proposta tem recebido críticas e é vista com preocupação por educadores.

Imagem: Reprodução/AEN

O projeto do Governo do Paraná que prevê a terceirização de 200 escolas estaduais, incluiu oito unidades educacionais da Região Metropolitana de Londrina (RML) na lista. São quatro escolas de Londrina, uma de Cambé, uma de Ibiporã e duas de Arapongas. De acordo com a proposta defendida pelo governador Ratinho Junior (PSD) e enviada ao Legislativo em regime de urgência, o programa poderá terceirizar a gestão das unidades.

A medida, no entanto, foi recebida com preocupação por professores e membros das comunidades escolares, uma vez que, para além da terceirização das gestões, segundo a APP, entidade que representa a categoria, o projeto pode transformar o ensino público estadual em um “grande negócio, visando apenas lucro para empresas privadas”.

Em Londrina, a Secretaria de Estado da Educação (SEED) deseja terceirizar quatro escolas, veja a lista abaixo:

❌ Colégio Estadual Professora Cleia Godoy Fabrini da Silva (Zona Sul)

❌ Escola Estadual Professora Kazuco Ohara (Zona Oeste)

❌ Colégio Estadual Nossa Senhora de Lourdes (Zona Leste)

❌ Colégio Estadual Professora Ubedulha Correia de Oliveira (Zona Norte)

No município de Cambé, a intenção efetivar a terceirização do Colégio Estadual Dom Geraldo Fernandes. Já em Ibiporã, o Colégio Estadual do Jardim San Rafael está na lista, enquanto em Arapongas, aparecem na lista o Colégio Estadual Antonio Racanello Sampaio e o Colégio Estadual Unidade Polo.

Imagem: Jonathan Campos/AEN

Entre os críticos da proposta está o vice-líder da Oposição, na Assembleia Legislativa do Paraná (ALEP), deputado Arilson Chiorato (PT). Com duras críticas ao projeto, o parlamentar chegou a classificar a iniciativa como “perversa”. “Li o projeto e me assustei com as inúmeras brechas e, para evitar, no futuro, cobrança de mensalidade dos alunos das escolas estaduais, vou protocolar uma emenda vedando essa possibilidade. Quero que essa cláusula esteja escrita de forma clara no texto da lei, para evitar qualquer cobrança”, afirmou o deputado.

“A educação pública, gratuita e de qualidade é um direito constitucional e um dever da administração pública, mas no Paraná, o que se vê é um governador que trabalha não para atender os interesses públicos, mas do setor privado”, criticou.

Professores

A APP criticou o projeto em nota, afirmando que “infelizmente, as comunidades escolares acreditam que o ensino particular é melhor que o público”.

Para a associação, a “lógica da empresa de obter lucro” corta investimentos, reduz direitos e salários de funcionários e professores. “No caso deste projeto, obtendo os índices para aferir mais bonificação. A pressão sofrida nas escolas será ainda maior do que já se sofre hoje”, explicou a entidade.

Governo

O executivo estadual não tem chamado o projeto de terceirização e sim de “parceria”. De acordo com o governo, o modelo busca “otimizar a gestão administrativa e de infraestrutura das escolas mediante uma parceria com empresas com expertise em gestão educacional”.

“Trata-se de mais um projeto moderno e inovador, que já está sendo testado em duas escolas desde o ano passado com altos índices de frequência e desempenho dos estudantes bem como ampla aprovação da comunidade escolar”, afirmou o deputado Hussein Bakri (PSD), líder do governo e presidente da Comissão de Educação da ALEP.

Redação Tem Londrina