Em 1º debate, candidatos deixam Lava Jato e Lula de lado e evitam polêmicas

No primeiro debate desta campanha eleitoral, transmitido ao vivo nesta quinta-feira (9) pela Band, os candidatos participantes passaram ao largo de polêmicas, inclusive de dois dos temas que permeiam a política hoje: a Operação Lava Jato e a controvérsia em torno da candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

O clima ameno da maior parte do evento foi quebrado em poucos momentos, principalmente em nos confrontos entre Jair Bolsonaro (PSL) e Guilherme Boulos (PSOL).

Também participaram do evento os candidatos Alvaro Dias (Podemos), Cabo Daciolo (Patriota), Ciro Gomes (PDT), Geraldo Alckmin (PSDB), Henrique Meirelles (MDB) e Marina Silva (Rede).

Nessa eleição, as emissoras de TV não são obrigadas a convidar João Amoêdo (Novo), João Goulart Filho (PPL), José Maria Eymael (DC) e Vera Lúcia (PSTU), cujos partidos não atendem ao requisito de representação no Congresso.

Preso há quatro meses e indicado pelo PT como candidato, Lula foi convidado para o debate e o PT tentou conseguir na Justiça que ele pudesse participar, sem sucesso. A Band não aceitou que o PT indicasse um substituto.

Lula, por sinal, quase não foi mencionado durante o encontro desta noite entre presidenciáveis. Uma das exceções foi a saudação feita por Boulos, que deu “boa noite” ao ex-presidente e disse ser injusta a sua prisão enquanto o atual presidente, Michel Temer, “está solto em Brasília”. Em outras ocasiões, Lula foi citado por Henrique Meirelles, que lembrou que participou dos dois governos do petista como presidente do Banco Central. Mais ninguém, porém, falou sobre a situação judicial do petista.

Nos confrontos diretos, os candidatos evitaram ataques pessoais e optaram, em geral, por fazer perguntas temáticas, mas quase sempre evitando o assunto da corrupção. O único a abordar o tema diretamente em uma de suas perguntas foi Alvaro Dias, que tem dito que convidará o juiz Sergio Moro para ser o ministro da Justiça caso seja eleito. Segundo a assessoria do magistrado, responsável pelas decisões da Lava Jato em primeira instância, ele não vai se manifestar sobre o interesse do senador.

Houve apenas três pedidos de direito de resposta, e todos no quarto bloco, o único que fugiu à tônica de aparente cordialidade entre os candidatos. Foram dois por parte de Bolsonaro — um contra Boulos e o outro, contra Ciro — e um por parte de Boulos contra Bolsonaro. Nenhum deles foi aceito pela comissão que analisou os pedidos – o primeiro pedido do deputado não foi analisado porque ainda era o momento de fala dele.

Do UOL Notícias