Eleições 2020: conheça as propostas de Marcio Sanches para Londrina

Marcio Sanches responde as perguntas do TEM.

Foto: Reprodução/Assessoria

Portal Tem Londrina iniciou, na última semana, a publicação das entrevistas com os candidatos a prefeito da cidade. Nesta segunda-feira (02), quem responde as perguntas do TEM é Marcio Sanches (PCdoB). O candidato compõe chapa tendo como vice Osvaldo Lima, do mesmo partido. Leia a entrevista:

Como o senhor avalia as medidas adotadas para conter o avanço da dengue e do coronavírus na cidade? Caso discorde, o que o senhor faria diferente?

Londrina virou a capital da dengue, porque se deixou de investir na prevenção.  Antigamente os Agentes de Endemias passavam quase todos os meses nas casas, atualmente eles passam uma a duas vezes por ano. O Fumacê acabou, Belinati culpa Bolsonaro por não ter enviado, é verdade, mas outros prefeitos compraram o inseticida com recursos da prefeitura. Em Londrina, o prefeito preferiu jogar a responsabilidade nas costas da população. Temos que investir na prevenção, colocar para funcionar a rede dos agentes de endemias, dar condições de trabalho a eles, utilizar o Fumacê e fazer uma parceria com a população para combater o mosquito transmissor da doença.

No caso do coronavírus, o encaminhamento também foi de descontrole na prevenção, por isso temos os maiores números de mortes e contaminados “per capita” do sul do país. Além disso, o prefeito preferiu apenas alugar os equipamentos, essa estrutura não vai ficar com o município, ela poderia ser um legado da crise, mas nem isso vamos ter. O legado que Londrina está tendo são muitas mortes e uma crise econômica que está levando a altos índices de desemprego e fechamento de empreses. A gente agiria diferente, lutaria para preservar o máximo de vidas, além de colocar todos os recursos públicos para fortalecer o SUS, deixando o sistema equipado para o presente e também para o futuro. Também teríamos um olhar especial para as empresas que estão fechando, com facilidades de empréstimos com juros muito baixos, além de criar frentes de trabalho temporário para execução de serviços e obras públicas, com contratação dentro da lei através de processo seletivo simplificado (PSS), para os recursos ficarem em Londrina, em vez de contratar empresas que nem são da cidade e não deixam o dinheiro que recebem aqui.

Reajuste do IPTU: Qual a sua opinião sobre como foi feito o último reajuste? E, caso seja eleito, como esse assunto será tratado em seu governo?

Sou contrário ao último reajuste porque foi feito de maneira antidemocrática e abusiva cometendo injustiças enormes, aumentando mais para os mais pobres enquanto os ricos tiveram pouco aumento. Também sou contrário a este modelo de reajuste da planta de valores, que só beneficia a especulação imobiliária, que, através da prefeitura, joga as pessoas cada vez mais para a periferia, por não conseguir pagar o IPTU.

Queremos fazer uma revolução nessa área e realizar de fato justiça fiscal, acabando com essa história de revisão de planta de valores, sempre que aperta o caixa da prefeitura. Nosso modelo de cobrança será com a atualização da planta de valores individualmente e permanente, sempre que houver uma transferência seja realizada. No momento que a pessoa for pagar seu ITBI, vamos também atualizar o valor do seu IPTU. Assim a planta vai estar sempre atualizada para as aquisições recentes, mas quem estiver morando por décadas no mesmo imóvel, não vai ter que decidir se usa a aposentadoria para pagar o IPTU ou para comer e tomar remédio, as pessoas não vão ter nenhuma surpresa com aumentos abusivos no seu imposto.  

 Qual a sua proposta para a população em situação de rua em nossa cidade?

Esse problema se agravou muito nos últimos anos e nada está sendo feito para resolver. Temos que atacar os dois principais aspectos que leva uma pessoa ir morar na rua. O primeiro é o psicológico, porque algumas pessoas não conseguem mais se enquadrar no seu ciclo familiar, de amizades e de trabalho, e vai para a rua. Nesse caso, temos que dar o devido tratamento psiquiátrico e psicológico, dar apoio para quem quiser se recuperar, e ter espaços de acolhimento, para eles fazerem suas refeições, sua higiene e também se quiserem dormir ali.

O segundo é o que está acontecendo com mais frequência, principalmente pela crise que o país vem passando e agravada em Londrina pela falta de políticas públicas, que são as pessoas que não têm empregos e perdem sua moradia, não tendo outra alternativa se não ir para a rua. E quem está na rua, sem endereço e sem ter condições adequadas de higiene e cuidado com suas roupas, não consegue mais emprego. Neste caso, queremos extinguir a COHAB, que perdeu sua função social e virou uma imobiliária, além de cabide de empregos, e com os recursos dessa economia, vamos investir em loteamentos populares para construção em sistema de mutirão e incentivar as cooperativas de construção. E para solução provisória até a solução definitiva dessa nova estrutura, vamos instituir o Aluguel Social, para quem está na rua por não ter onde morar, sair da rua e reconstruir sua vida em baixo de um teto seguro.

 Qual a sua opinião sobre a lei municipal que ficou conhecida como “Lei Seca”?

Não concordo que alguns muitos pequenos estabelecimentos não podem vender bebidas, enquanto os grandes mercados continuam vendendo normalmente. A impressão é que esta lei foi feita para privilegiar alguém.

O senhor usaria o transporte coletivo em Londrina? Qual a sua proposta para melhorar o serviço?

 Já utilizei muito o transporte coletivo e concordo com a população que ele é de péssima qualidade e muito caro. Atualmente, utilizo pouco porque com quase o mesmo valor que você paga para andar em um ônibus lotado e de péssima qualidade, você paga para ir de carro por aplicativo, e isso é um absurdo. Vamos implementar já no primeiro ano o passe livre dos estudantes, que a atual gestão acabou. Na sequência, vamos buscar a implantação do Passe Livre para todos, utilizando os recursos do vale transporte.

Precisamos quebrar a caixa preta da tarifa do transporte coletivo, para isso vamos criar uma empresa pública de transporte coletivo para termos um parâmetro real do custo e ele será o máximo que vamos pagar por quilômetro rodado para as empresas privadas licitadas. Com essas medidas, queremos tirar os carros das ruas, colocando as pessoas para andar no transporte público, melhorando o trânsito e o meio ambiente.

Como o senhor pretende desenvolver a questão da geração de emprego e renda caso seja eleito?

Vamos priorizar os pequenos, os que precisam de governo, como em todas as áreas da nossa gestão. Para isso, vamos fazer a construção de loteamentos para as pequenas empresas, essas que, segundo o Sebrae, são as que mais empregam. Também queremos desburocratização do fornecimento dos alvarás, sendo emitidos na hora, e se tiver alguma demanda a ser resolvida, damos os prazos necessários, facilitando assim a vida de quem quer gerar empregos na cidade. Também queremos com as frentes de trabalho contratadas por sistema de PSS, que todo o dinheiro que a prefeitura emprega para limpeza e conservação da cidade fique na cidade e não vá para outra cidade. Esse dinheiro é muito importante para girar na economia.

Caso seja eleito, qual importância a Lei de Acesso à Informação e a Transparência terão no seu governo?

É fundamental a transparência e a democratização dos processos de decisão. Vamos aperfeiçoar todos os mecanismos de transparência, para que a sociedade veja, sem nenhuma dificuldade, onde está indo o seu dinheiro que é pago através dos impostos.

Redação Tem