Paralimpíadas: atletas conquistam ouro no atletismo e na natação
O Brasil tem um dos homens mais rápidos do mundo na piscina das Paralimpíadas de Tóquio. Wendell Belarmino, de 23 anos, conquistou, na manhã desta sexta-feira (27), a medalha de ouro nos 50m livre da classe S11 (para atletas com deficiência visual) ao bater na frente com 26s03. Ele desbancou o chinês Dongdong Hua (26s18) e o lituano Edgaras Matakas (26s38).
Foi a primeira medalha paralímpica de Wendell, que estreia nos Jogos, e a segunda de ouro do país no megaevento. Wendell é frequentador de túneis de vento, uma tecnologia que o permite relaxar em meio à rotina de treinos, mas que também o ajuda na preparação para as provas da classe S11, para deficientes visuais. Além da própria limitação da vista, os competidores da S11 usam ainda óculos pintados de preto para garantir que ninguém terá qualquer tipo de vantagem sobre os adversários. Assim, a orientação nas raias é feita à base de muito treino e instinto. O desenvolvimento dessa sensibilidade é estimulado indiretamente pelos voos no simulador.
Wendell tem menos de 5% da visão em função de um glaucoma congênito. Está inscrito, além dos 50m livre, nos 100m borboleta, nos 200m medley e no revezamento misto 4x100m até 49 pontos.
Quem também garantiu o ouro nesta manhã em Tóquio foi o brasileiro Petrúcio Ferreira dos Santos, nos 100m rasos do atletismo. Com a conquista, ele se tornou bicampeão, repetindo o feito obtido no Rio de Janeiro, em 2016, na classe T46/47 (para atletas com deficiências nos membros superiores), mas agora de modo mais especial. O tempo de 10s53, afinal, o fez melhorar o seu recorde da prova nos Jogos Paralímpicos, que era de 10s57. Além disso, ele já era o recordista mundial da prova, com 10s42.
O bicampeão paralímpico não teve uma grande largada, mas conseguiu assumir a liderança nos metros finais. Depois, dedicou a vitória ao técnico Pedrinho Almeida.
O pódio dos 100 metros também teve a presença de outro brasileiro, com Washington Junior em terceiro lugar.
Redação Tem