‘Um pouco de felicidade em momento caótico do país’, diz Hebert Conceição
O baiano Hebert Conceição, que conquistou a medalha de ouro no boxe categoria médio dos Jogos Olímpicos de Tóquio, a segunda dourada de um brasileiro na história da modalidade em Olimpíadas. O pugilista dedicou a vitória a todos os brasileiros que passam por um momento complicado, com desemprego e a morte de entes queridos. A dedicação ocorreu durante entrevista para a jornalista Domitila Becker do UOL.
Na entrevista, Hebert se diz merecedor do ouro por toda a sua luta e se disse satisfeito em poder dar um momento de alegria ao povo do país em um momento de caos com a pandemia e os seus efeitos.
“Eu poderia dedicar para a minha mãe, que é a minha fã número 1, poderia dedicar para muitas pessoas, para mim, que também sou merecedor para caramba, para a minha equipe, mas eu vou dedicar para todos os brasileiros”, disse o brasileiro.
“Acho que o nosso país vive um momento complicado, com essa pandemia que veio devastando não só o Brasil mas todo o mundo e muitas pessoas perderam o emprego, muitas pessoas fecharam seus negócios, perderam pessoas amadas, que amavam, então eu acho que pude conseguir proporcionar um pouco de felicidade em um momento tão caótico. É muito gratificante para mim e espero que eles tenham se sentido representados”, completou Hebert, ao UOL.
“Eu sabia que estava perdendo o primeiro e o segundo rounds, só um nocaute salvaria ali a minha luta, eu tentei algumas vezes com golpe no corpo, que é um pouco mais fácil do que com golpe na cabeça, mas é isso, eu também treinei muito esses dois golpes que eu nocauteei, que é esperar, que ele vem muito para cima, vem com muito ímpeto, e eu cruzo com a mão na frente e volto com a de trás, que o cruzado quando você cruza com a da frente e volta com a de trás, ele vem mais forte”, acrescentou.
O baiano também falou sobre a escolha da música Madiba, do grupo baiano Olodum. Ele sempre entra com a canção no ringue, ressaltando a representação negra e o fato de ser um jovem humilde de Salvador, na Bahia.
“Representa muita coisa, eu que sou um menino humilde, que vim de Salvador, uma cidade muito carente também, o estado mais negro do Brasil é a Bahia, então eu sou oriundo dessa raça, da raça negra, mas da raça humana, eu represento a todos, não só os negros, mas os brancos, os pardos, os índios e essa música também e um hino muito lindo, me inspira muito porque eu sou um cara batalhador, eu batalhei muito para chegar onde cheguei e agora é desfrutar e agradecer”, concluiu ao UOL.
Redação Tem com UOL