Acusado de tentar matar ex-esposa em frente ao filho será julgado em Londrina
Nesta terça-feira.
Nesta terça-feira (21), acontece o julgamento de Gabriel Antunes Lima e Silva, acusado pela tentativa de feminicídio de sua ex-esposa, Cíntia Raquel, às 9h, no Fórum da Comarca de Londrina. Mais uma vez, a não aceitação do fim do relacionamento com a vítima é apontada como causa para um crime contra uma mulher na cidade. Dos seis casos analisados até o momento pelo Néias – Observatório de Feminicídios Londrina, apenas um não foi motivado pelo encerramento da relação, o que reforça a importância da devida orientação e proteção das mulheres que buscam o fim do casamento ou união.
“O crime foi cometido por motivo torpe, pois Gabriel não aceitava o fim do relacionamento e acreditava que ela estava lhe traindo, circunstâncias potencializadas pelo exacerbado sentimento de posse que nutria pela mesma. A resposta adequada de uma Justiça que não tolera a violação dos direitos humanos das mulheres é uma das condições para alcançar uma sociedade que garanta às mulheres uma vida livre de violência”, aponta o documento do Observatório sobre o caso.
Gabriel é acusado por 13 fatos delituosos
A tentativa de feminicídio contra Cíntia ocorreu no dia 17 de junho de 2018, quando o acusado pelo crime e a vítima já estavam separados há quase um ano. Gabriel teria pulado o portão, arrombado a porta da cozinha e, de posse de uma faca e na presença de seu filho mais novo e de um primo de Cíntia, teria tentado matá-la.
O ataque a Cíntia foi interrompido com a intervenção do primo dela, que conseguiu dominar fisicamente Gabriel. No total, o réu está sendo acusado pelo Ministério Público de cometer 13 fatos delituosos contra a vítima: uma tentativa de feminicídio; três lesões corporais; quatro ameaças; uma perturbação da tranquilidade; três vias de fato; e um descumprimento de Medida Protetiva de Urgência. Esses crimes ocorreram entre os anos de 2014 a 2020.
A cronologia do caso expõe quantas oportunidades o réu teve para colocar a vítima em risco e o cenário de terror vivenciado por Cíntia durante todo esse período. O mandado de prisão preventiva contra Gabriel foi expedido somente em 17 de fevereiro de 2020 e a prisão executada apenas um mês depois, quando já havia decorrido 1 ano e 9 meses desde a tentativa de feminicídio.
“É muito tempo concedido a quem declaradamente pretendia matar sua ex-esposa. Muito tempo para expor uma mulher à mercê dos desejos de vingança de um homem que não aceitou o fim do casamento”, aponta o Observatório. O Ministério Público (MP) pede a condenação de Gabriel Antunes Lima e Silva por todos esses crimes e também a fixação de valor mínimo para reparação de danos materiais e morais para a vítima. “Manifestamos a importância dessa solicitação para todas as tentativas de feminicídio, uma vez que o dano é presumido em casos de violência doméstica. A iniciativa evita que a mulher ingresse com uma nova ação na esfera cível, o que costuma provocar a revitimização da vítima”, descreve o Néias.
Redação Tem com Assessoria