Ex-comandante da FAB diz que Bolsonaro sabia e discutiu plano golpista

Militar disse que Bolsonaro sabia que não houve fraudes nas eleições, mas pressionou forças.

Imagens: Reprodução/EBC

O ex-comandante da Aeronáutica, Carlos de Almeida Baptista Júnior, confirmou, em depoimento nesta quarta-feira (21), que participou de uma reunião com o então presidente Jair Bolsonaro (PL) no Palácio da Alvorada, após o segundo turno de 2022, onde foram discutidas “hipóteses de atentado ao regime democrático” por meio de mecanismos constitucionais como GLO, Estado de Defesa ou de Sítio.

Segundo o brigadeiro, o então comandante do Exército, Freire Gomes, teria ameaçado prender Bolsonaro caso ele insistisse no plano. Em outro encontro, em dezembro, o então ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira, apresentou uma minuta golpista aos comandantes das Forças Armadas — documento que previa impedir a posse do presidente eleito, Lula.

Baptista Júnior recusou-se a ler a minuta e se retirou da reunião.

Ele também relatou que o então comandante da Marinha, Almir Garnier, teria declarado apoio à tentativa de golpe, e que Bolsonaro sabia da inexistência de fraudes eleitorais, mas pressionou para adiar a divulgação de um relatório que atestava a segurança das urnas.

O depoimento integra a ação penal que investiga a cúpula do governo Bolsonaro por tentativa de golpe, e está sendo conduzida pela Primeira Turma do STF. As oitivas começaram no dia 19 e incluem outros depoimentos de testemunhas ligadas à produção de conteúdo golpista e interferência nas eleições de 2022.

Redação Tem Londrina