Homem que tentou matar ex-esposa é condenado a 4 anos em regime aberto

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O Tribunal do Júri de Londrina decidiu condenar, por 4 anos em regime aberto, o réu Márcio de Oliveira Pinto, acusado de tentar matar a ex-companheira Valdicéia Conceição. O crime aconteceu há 17 anos, mas o julgamento só foi acontecer nesta terça-feira (22).

O júri, composto por quatro mulheres e três homens, reconheceu o crime de tentativa de homicídio qualificado, rejeitou uma das qualificadoras (de motivo torpe) e acolheu a outra, de recurso que dificultou a defesa da vítima.

Com a decisão, a pena final será apenas a exigência de apresentar-se à justiça mensalmente e não se ausentar ou mudar de residência sem aviso prévio.

O Ministério Público (MP) exibiu depoimentos em que a vítima fez relatos de agressões anteriores. No tribunal, uma amiga dela reforçou, as violências vivenciadas por Valdicéia. De acordo com a amiga, a mulher sofria ameaças, agressões morais e patrimoniais.

No dia da tentativa de feminicídio, Valdicéia recebeu uma facada na região abdominal e passou dias hospitalizada. A agressão só foi freada por intervenção de um homem que passava pelo local e não foi reconhecido para prestar depoimento. Isso aconteceu há 17 anos.

“Justiça tarda e falha”

“Que amparo deu o Estado a essa mulher agredida?”, disse o Observatório de Feminicídios de Londrina (Néias), em documento divulgado nas redes sociais. “Para o MP o aceite da denúncia hoje serve como recado para a sociedade londrinense de que “‘homem que dá facada em mulher merece receber uma punição, que a comunidade não concorda com atitudes como essas”‘. Realmente. Mas respostas precisam ser mais ágeis, sob o risco de perderem a eficácia. Nos perguntamos: com quais marcas, medos e tensões essa mulher precisou conviver durante quase duas décadas? Que reparação ela ainda espera do Estado?
Como defendemos amplamente na mobilização que deu origem a esse Observatório, durante julgamento do feminicídio tentado de Cidnéia Mariano, “Feminício tentato é feminicídio”. Sociedade e sistema judiciário precisam verdadeiramente acolher e compreender as sequelas dessas mulheres”, completa o movimento.

Redação Tem Londrina