Juiz negou medida protetiva à vítima dois dias antes dela ser morta
Medida protetiva foi indeferida pela Justiça, dois dias antes do crime acontecer.

A servidora pública Sandra Mara Curti, de 43 anos, que foi morta com 22 facadas pelo ex-marido, Allan Borges, de 39 anos, na Zona Leste de Londrina, tinha procurado a Justiça pedindo ajuda para uma medida protetiva dois dias antes do crime. O pedido foi negado pelo juiz João Marcos Anacleto Rosa.
A vítima foi esfaqueada no dia 6 de julho na frente dos filhos, de oito e doze anos. Um laudo do Instituto Médico Legal (IML) divulgado neste fim de semana, aponta que ela sofreu 22 perfurações pelo corpo. O homem, que é açougueiro, usou uma faca do próprio trabalho para matá-la.
No Boletim de Ocorrência registrado por Sandra, dois dias antes de ser morta, ela relatou que o ex-esposo não aceitava a separação, praticando perseguições e constantes ameaças.
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Ao indeferir a medida de proteção, o juiz Rosa declarou: “O magistrado não pode atuar de forma açodada, precipitada. Ausentes elementos hábeis a suportar a rápida e frágil versão da lavra hipotética vítima. A decretação de medidas protetivas há que se consistir em exceção, e não regra (como se tornou corriqueiro nos dias atuais”, afirmou.
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Ao delegado, o assassino contou que não tinha nenhuma intenção de praticar o crime, no entanto, o Ministério Público (MP), afirma que todos os elementos demonstram que ele teria saído do açougue em que trabalhava levando a faca e foi até a residência da vítima de maneira premeditada.
Sandra chegou a ser socorrida, mas faleceu horas após dar entrada na Santa Casa de Londrina.
Familiares da vítima contam que ela era perseguida pelo assassino, já que ele não aceitava o fim do relacionamento. “Ele era muito possessivo”, disse a irmã de Sandra, Sueli Cristina Curti.
Ela ainda contou que dias antes do crime, as duas teriam ido até a Delegacia da Mulher, solicitar uma medida protetiva contra o açougueiro. “Ele seguia ela, ficava perseguindo, mesmo após a separação”, completou.
Borges está preso e vai responder por feminicídio.
Redação Tem