Londrina: MP denuncia por homicídio médico de criança vítima de covid

Segundo MP, profissional teria receitado medicamentos ineficazes e não solicitou internação. Garoto de 12 anos morreu.

Imagem: Reprodução

O Ministério Público do Paraná (MP-PR), por meio da 24ª Promotoria de Justiça de Londrina, ofereceu denúncia criminal contra um médico que teria sido negligente, imprudente e imperito no atendimento prestado a um adolescente com covid-19. O principal crime apontado é “homicídio culposo”, majorado por inobservância de regra técnica de profissão. A vítima, de 12 anos, tinha diversas comorbidades e faleceu em em junho de 2021.

De acordo com a denúncia, o profissional de saúde atendia o paciente por meio de consultas realizadas pelo aplicativo WhatsApp, comunicando-se apenas com sua mãe, sem examiná-lo. O denunciado teria passado uma prescrição médica com diversas irregularidades, como doses de medicamentos muito acima das máximas recomendadas e remédios inadequados para o quadro do paciente, bem como medicamento experimental (inalação de hidroxicloroquina). O MP destaca, ainda, que, apesar de diversos sinais acerca da gravidade do caso, o médico não determinou a internação hospitalar do menino.

Crimes e danos morais

Além do homicídio culposo, a Promotoria sustenta a prática dos crimes de exercício ilegal da medicina, omissão de notificação compulsória de doença infectocontagiosa e emissão de atestado falso. Na denúncia, o Ministério Público pede também que seja fixado valor para reparação de danos morais e materiais à família da vítima.

O médico londrinense teve o seu registro do Conselho Regional de Medicina (CRM) suspenso até dezembro do ano passado. E ficou o período sem poder exercer a medicina. Um processo de investigação também foi instalado pelo conselho de classe. Mas, segundo a advogada do profissional, “desde o dia 11 de dezembro de 2021” ele retornou às funções e trabalha normalmente.

À época da suspensão, em julho do ano passado, a reportagem apurou que o profissional era um dos principais apoiadores do chamado “kit covid” no município. Nas redes sociais, é possível encontrar diversos materiais dele defendendo o uso de “tratamento precoce” contra a doença, medida que não traz qualquer resultado de eficácia, conforme comprovação da ciência.

Defesa

“Ele conquistou através de um recurso que foi ganho no CFM o direito de voltar a trabalhar como médico de forma plena”, disse a advogada. “O CFM considerou que não existiam requisitos para que o medico continuasse suspenso. A denúncia é o início do processo não foi provado nada”, completou a advogada.

Redação Tem