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Adeus à ‘tia Marlene’, que marcou gerações no transporte escolar de Londrina

Figura pioneira do transporte escolar, a londrinense Marlene deixa como legado uma trajetória marcada por coragem e amor.

Imagens: Arquivo familiar/ArteTEM

Aos 84 anos, faleceu nesta segunda-feira (1º) Marlene Fulchini Petrachin, conhecida como “tia Marlene” ou “Marlene da Van”, uma das figuras mais marcantes do transporte escolar em Londrina. O velório, realizado nesta terça-feira (2), reuniu familiares, amigos e várias gerações de ex-alunos que cresceram sendo conduzidos pelas vans da dona Marlene.

Imagens: Arquivo familiar/ArteTEM

Marlene começou no transporte escolar em 1972, após a morte do marido, quando precisava levar os quatro filhos à escola, três deles estudantes de instituições voltadas a crianças excepcionais e surdas. Em uma época em que quase só homens dirigiam profissionalmente, ela aprendeu a conduzir e comprou uma Rural Willys para transportar os próprios filhos e outras crianças. O serviço cresceu rapidamente, a Rural virou Kombi e, depois, vans e micro-ônibus, consolidando Marlene como uma das pioneiras e referência no transporte escolar em Londrina.

marlene van londrina
Imagens: Arquivo familiar/ArteTEM

Ao longo de mais de cinco décadas, Marlene transportou milhares de estudantes de diferentes bairros e escolas, tornando-se uma presença marcante na vida de diversas famílias.

Marlene também dedicou boa parte da vida ao acolhimento. Ao identificar a dificuldade de permanência de alunos surdos que vinham de outras cidades para estudar em Londrina, abriu sua própria casa para abrigá-los. Ao longo dos anos, acolheu mais de 20 crianças, em sua residência, na Zona Leste da cidade, chegando a cuidar de até oito simultaneamente. Muitas dessas crianças permaneceram próximas da família e mantiveram com ela laços afetivos duradouros.

Outro aspecto marcante de sua vida foi a ligação com a Catedral Metropolitana de Londrina, onde integrava o coral há quase 50 anos.

Nos últimos 20 anos, o serviço de transporte escolar fundado por Marlene evoluiu para uma empresa familiar, com participação da filha, do cunhado e do neto.

A morte de “tia Marlene” mobilizou a comunidade e emocionou aqueles que a conheceram. Várias pessoas fizeram homenagens nas redes sociais. “Sua história permanece como exemplo de coragem, solidariedade e dedicação à educação e ao cuidado com as crianças”, escreveu um de seus ex-alunos.

Marlene estava internada devido a um quadro de infecção e pneumonia, mas não resistiu às complicações.

Ela foi sepultada no Cemitério São Paulo, localizado em frente à casa onde viveu por décadas. Permanece agora próxima da família, lugar onde sempre esteve em vida.

Redação Tem Londrina


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