Adeus ao Rômulo: a despedida de um torcedor símbolo do Londrina

Homenagem ao eterno 'Ninja'.

rômulo neves
Imagem: Arquivo pessoal

O Londrina Esporte Clube perdeu, nesta sexta-feira (22), um grande e icônico torcedor alviceleste. Rômulo Neves, o Ninja, fez sua partida. Ele havia sofrido um AVC e seguia lutando no hospital, mas infelizmente não resistiu.

Rômulo era daqueles torcedores que viviam o Londrina com a alma. Com jeitão simpático, sempre prestativo e cheio de histórias para contar. Uma pessoa do bem. Dedicou muitos anos de sua vida ao Londrina e à Torcida Falange Azul, da qual já foi vice-presidente. Esteve presente nos momentos ruins e nos bons. Mais do que gostar de futebol, ele amava a instituição.

O Ninja, como era conhecido entre os torcedores alvicelestes, foi a primeira pessoa que conheci na Falange. Lembro bem: eu tinha 13 anos quando fui pela primeira vez à sede da torcida. Ela estava fechada, mas o Rômulo estava lá, cuidando da limpeza do patrimônio que representa tantas pessoas. Bati no portão e ele me atendeu. Simpático e cheio de entusiasmo por fazer o que gostava, apresentou-me a sede e, claro, contou dezenas de histórias sem nem me conhecer. Ainda me vendeu, com desconto de sócio — embora eu ainda não fosse — minha primeira camisa da Falange, guardada até hoje. A partir daquele dia, me tornei um “falangeiro” e, graças ao acolhimento, simpatia e amizade do Rômulo, vivi momentos inesquecíveis junto ao Londrina e à torcida alviceleste.

Muitas pessoas foram recepcionadas por ele na torcida e, a partir disso, se tornaram grandes torcedores do Londrina.

Desde então, Rômulo se tornou um grande amigo de torcida e também de bairro, já que morava na Zona Leste da cidade. Sempre que passava em frente de casa com sua bike turbinada, ficávamos um tempão conversando. Ninja contava suas histórias e, claro, ‘cornetava’ o time alviceleste. Eram horas criticando a diretoria do Tubarão — e nisso éramos bons, afinal, o tempo mostrou que tínhamos razão.

Fazia tempo que não o via, e não tive a chance de me despedir. Agora restam apenas a saudade e o sentimento de que ainda poderíamos ter ‘cornetado’ muito mais juntos.

Muito obrigado, Ninja.
Como você dizia: “Haja o que hajar”.
Descanse em paz, meu amigo.

Texto de Arthur Montagnini.

Redação Tem Londrina