Em ato falho, senador bolsonarista diz que anistia não interessa ao país

Senador disse que anistia precisa ser aprovada para o Congresso tratar de assuntos que interessam ao país.

Imagem: Reprodução/TV Senado

O senador Rogério Marinho (PL), ao anunciar o fim da desobstrução do Congresso Nacional, cometeu um ato falho admitindo que a anistia aos presos nos ataques golpistas de 8 de janeiro de 2023 não interessa ao Brasil. A entrevista do parlamentar viralizou nas redes sociais.

Depois de dois dias ocupando as Mesas Diretoras da Câmara e do Senado para impor a votação do projeto pró-anistia, além do impeachment do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, a oposição decidiu desobstruir as votações.

Em entrevista coletiva para anunciar a saída dos bolsonaristas do Plenário do Senado, Rogério Marinho disse esperar que o projeto pró-anistia seja pautado e votado já na próxima semana como forma de “restabelecer a normalidade democrática no país”.

“Nós queremos a votação da anistia, até para que nós possamos tratar de assuntos que interessam o Brasil”, declarou o senador, admitindo, em ato falho, que o projeto só interessa à extrema-direita, que tentam com isso impedir a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Bolsonaro é acusado pela Procuradoria-Geral da República (PL) de chefiar a “organização criminosa” que planejou dar um golpe de Estado para impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

De acordo com a PGR, o plano teve início com os ataques do ex-presidente às urnas eletrônicas, como estratégia para descredibilizar o sistema eleitoral brasileiro, dando assim o combustível para que seus apoiadores questionassem o resultado das eleições. Após a vitória de Lula, os bolsonaristas ainda bloquearam estradas, acamparam em frente aos quartéis e promoveram atos de terrorismo, como as tentativas de invasão à sede da Polícia Federal (PF) e de explodir à bomba o aeroporto de Brasília.

As “manifestações golpistas”, ainda segundo a denúncia da PGR, culminaram com os atos antidemocráticos ocorridos em 2023, quando os manifestantes mais radicais, inconformados com a derrota nas urnas, invadiram as sedes dos Três Poderes, na tentativa de depor o presidente eleito.

Redação Tem Londrina