Serviço da prefeitura de remoção de mata ciliar gera polêmica na web

Internautas questionaram ação da SEMA, publicada no perfil da prefeitura.

Imagem: Reprodução/Facebook

Uma postagem no facebook da Prefeitura de Londrina, realizada no último sábado (19), está dando o que falar nas redes sociais. Isso porque, no post, é apresentado um “antes x depois” de um serviço feito pela prefeitura. Trata-se da “limpeza da canaleta que fica entre a Av. Dez de Dezembro e a R. Charles Lindemberg”, está escrito na legenda da foto.

Porém, a polêmica é porque nas imagens é possível perceber que a mata que ficava em volta do rio, tecnicamente chamada de mata ciliar, foi retirada totalmente. “Desde quando remover a mata ciliar é limpeza?!”, questiona uma mulher. “Que imagem mais triste. Tirar a vegetação natural e definir isso como limpeza? Que crueldade horrível”, escrevem em outro comentário. “Limpeza? Remover mata ciliar é crime”, reforça um homem.

Londrinenses ficaram revoltados com foto que mostra retirada de vegetação beira de córrego – Imagem: Reprodução/Facebook

Porém, segundo o secretário de meio ambiente, Jose Roberto Behrend, a remoção da mata foi necessária porque se trata de uma espécie exótica agressora com orientação de ser retirada. “Aquela espécie é considerada uma praga, uma árvore exótica extremamente agressora, que está na lista vermelha de espécies proibidas de plantio e com recomendação de retirada.
O manejo desta espécie visa evitar a sua proliferação”, explica o secretário.

Ele alega ainda que ela pode fazer mal para a biodiversidade do local onde está, por isso a remoção faz parte das ações de preservação, ao contrário do que as pessoas acreditam. “A leucena é reconhecida como causadora de perda de biodiversidade, ou seja, a recomendação do seu manejo faz parte das ações para revitalização e proteção de áreas para conservação com vegetação nativa”, complementa.

Imagem: Reprodução/Facebook

Cuidado com o meio ambiente

O TEM também conversou com o ambientalista João Batista Moreira, popularmente conhecido como João das Águas, para avaliar o procedimento adotado pela Secretaria Municipal do Ambiente (SEMA) de Londrina naquele local.

Segundo o ambientalista, realmente a área precisava de uma limpeza. João das Águas confirma que a planta ali presente é de uma espécie exótica invasora que deve ser erradicada, além disso as árvores no paredão poderiam gerar problemas para a estrutura. “Do ponto de vista ambiental, não houve um impacto, é até uma ação importante de ser feita porque a espécie é invasora e as árvores que nascem no paredão realmente podem contribuir com erosão. Tem ainda as árvores que estão mais abaixo e dificultam o fluxo de água, em um lugar que já tem problemas com as chuvas”, explica.

Porém, João das Águas comenta que a ação é apenas a parte mais simples de realizar para resolver o problema. Ele informa que outras atitudes precisam ser tomadas para conseguir evitar o transbordamento das águas das chuvas pela Avenida Dez de Dezembro. “Como sempre, a prefeitura vai nas consequências e não nas causas do problema. A causa do transbordamento do Ribeirão Cambezinho é o excesso de água e da impermeabilização da bacia hidrográfica do Ribeirão Cambé. Nossa bacia hidrográfica está sendo cada vez mais acimentada, com construções sem a devida fiscalização. No caso da Avenida Dez de Dezembro, as águas do ribeirão se juntam com as águas do Córrego das Pombas, eles se encontram embaixo da Avenida, e com o represamento a água acaba passando por cima da Avenida. Se não houver houver a ação correta, a situação só vai piorar”, relata o ambientalista.

Fiama Heloisa - Redação Tem



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